Da BBC Brasil em Londres
Grande operação no subúrbio de Paris terminou com dois mortos e ao menos sete detidos |
"Foi assustador. Foram muitos tiros. Falei para o meu marido: 'Parece Bagdá'", disse a historiadora de 36 anos, vereadora desde o ano passado no município do subúrbio de Paris.
Pela televisão e pelas mídias sociais, Silvia e o marido, um urbanista franco-brasileiro, entenderam o que o ocorria: uma grande operação da polícia francesa em um apartamento da cidade em busca dos autores dos atentados que na última sexta-feira deixaram 129 mortos e centenas de feridos em Paris.
"O prefeito deixou claro que não era para sair às ruas. Comércios e escolas não abriram de manhã e continuaram fechados à tarde", conta Silvia, ao descrever o "clima de pânico e medo" que tomou conta da cidade por várias horas. A filha de Silvia, de 17 meses, não pôde ir à escolinha.
Para Silvia, é preciso reconstruir espaços da sociedade civil para evitar agravamento das tensões étnicas após atentados |
A situação começou a se acalmar no início da tarde, com moradores tentando retomar a rotina aos poucos. Sobre o sentimento geral diante dos atentados, ela prevê: "Será preciso ainda muita união até que as pessoas digam: é preciso sair de casa e ocupar os espaços públicos".
Observação social
Pela própria condição de imigrante, Silvia é uma observadora atuante da realidade multicultural francesa. Mudou-se para o país em 2002 para um mestrado em História e acabou ficando. Concluiu o doutorado e passou em concurso para a Universidade Paris 13 em 2010, ano em que obteve nacionalidade francesa.
Após a naturalização, começou a militar no PCF (Partido Comunista Francês), que predomina em Saint-Denis há quase cem anos. No ano passado, elegeu-se conselheira (cargo equivalente ao de vereador no Brasil) com uma plataforma focada nos direitos de mulheres e imigrantes.
Natural de Belo Horizonte, Silvia milita no Partido Comunista Francês, pelo qual se elegeu vereadora e deputada distrital em Saint-DenisEm abril deste ano, Silvia venceu outra eleição, desta vez para o conselho distrital de Saint-Denis, que reúne 21 cidades da região. O cargo não tem equivalente no sistema político brasileiro, mas seria algo entre o de vereador e deputado estadual. E como sua coligação venceu a eleição, ela assumiu um posto no Executivo do distrito, justamente na pasta de Juventude e Luta contra Discriminações. Leia mais>> BBCBrasil.. |
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