Movimentos súbitos podem gerar sensação de "explosões" na cabeça em casos extremos |
Quando ela parece parte de um sonho, isso é chamado de incorporação, e mostra a fantástica capacidade de improvisação de nossa mente, explica o neurocientista Tom Stafford, da Universidade de Sheffield, do Reino Unido.
A experiência, conhecida como espasmo hípnico, revela o conflito que se passa em nosso cérebro quando “desligamos” para dormir.
Durante o sono, nossos corpos estão paralisados e ficamos indiferentes aos eventos no exterior. O controle de nossos músculos, por sua vez, não é desligado tão facilmente assim.
Uma área do cérebro, conhecida como sistema de ativação reticular, controla funções básicas, como respirar, e nos diz para ficarmos alertas ou não. Outra, o núcleo ventrolateral preóptico, localizado perto do nervo ótico, decide se estamos ou não cansados.
À medida que caímos no sono, o sistema reticular abre mão do controle, que é assumido pelo núcleo ventrolateral preóptico.
O processo é como a diminuição da luz de um quarto com um interruptor do tipo dimmer, que controla a intensidade da iluminação.
Processo de "desligamento" é menos pacífico que se imagina |
Os pulsos de energia aparecem sob a forma de espasmos, por razões que ainda não compreendemos bem.
Mas, ao contrário dos movimentos rápidos dos olhos (REM), os espasmos não têm nada a ver com os sonhos. Eles são, na verdade, os últimos vestígios do dia que chega ao fim quando dormimos.
Um estranho e desagradável fenômeno, chamado de “síndrome da cabeça explosiva”, segue um padrão similar: as partes adormecidas e despertas de nossa mente lutam para tomar o controle umas das outras, o que resulta na sensação de ver luzes piscando ou de ouvir estampidos.
Em casos extremos, o fenômeno leva a casos de insônia e até mesmo a relatos de abdução por alienígenas.
Em geral, a sensação não é nada que deva preocupar.
“Há uma simetria entre os movimentos que fazemos quando vamos dormir. REMs são traços de sonhos que podem ser vistos no mundo dos despertos. Espasmos hípnicos são traços da vida acordada que se intrometem no mundo dos sonhos”, afirma Stafford.
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