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quarta-feira, 27 de abril de 2016

Voar no Brasil agora é tão perigoso quanto em locais em guerra.

A falta de investimentos e de preocupação com segurança fez o Brasil novamente sofrer punições a nível internacional. A Associação Internacional de Pilotos (Ifalpa, na sigla original em inglês) oficialmente rebaixou a classificação do país em um índice bastante respeitado sobre o espaço aéreo de uma região.
Agora, o Brasil tem um espaço aéreo considerado Critically Deficient ("criticamente deficiente"). Essa classificação é normalmente conferida a locais que estão em perigo de guerra ou com conflitos em andamento. O pior de tudo? Como esse não é o nosso caso, o motivo do rebaixamento é a falta de atenção das autoridades responsáveis em relação a um problema simples, mas perigoso: balões.
A alta quantidade de balões soltados em regiões próximas a aeroportos ou no céu brasileiro em geral pode causar acidentes fatais. O nível baixo pode ter consequências graves para companhias aéreas: além da oferta de voos diminuir se a empresa achar que não é seguro o bastante sobrevoar alguns territórios, elas podem ter que pagar mais pelo seguro dos veículos se o risco de voo for muito alto. O preço, claro, pode acabar traduzido no encarecimento de passagens aéreas no futuro.

O lado brasileiro

A Ifalpa avisou a Secretaria de Aviação Civil há algum tempo que o rebaixamento aconteceria e até notificou a causa, mas nada foi feito para convencer o órgão a mudar de decisão. Falando à Época, a Aeronáutica disse não conhecer os critérios de avaliação da Ifalpa, alegando que "o espaço aéreo brasileiro foi considerado por um órgão da ONU como um dos quatro mais seguros do mundo". Entretanto, como o índice é bastante relevante na área, é possível que as autoridades nacionais entrem em contato com a associação para tentar mudar esse quadro em breve.

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