Participam da operação o Ibama, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Receita Federal, e ela se concentra no distrito de Castelo dos Sonhos, em Altamira (PA)
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Pelo menos 140 agentes de diversos órgãos deflagram nesta quinta-feira (30) operação para prender integrantes de uma quadrilha de desmatadores no Pará que teria movimentado R$ 1 bilhão ilegalmente nos últimos quatro anos, segundo dados da Receita Federal.
Na operação, batizada de Rios Voadores, por causa dos efeitos do desmatamento nas chuvas do país, os agentes cumprem 51 medidas judiciais: 24 prisões preventivas, 9 conduções coercitivas e 18 mandados de busca e apreensão em empresas e residências pertencentes aos investigados.
Participam da operação o Ibama, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Receita Federal, e ela se concentra no distrito de Castelo dos Sonhos, em Altamira (PA), além da cidade de Novo Progresso (PA). Há também ações nos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O empresário José Junqueira Vilela Filho, considerado chefe da quadrilha, está sendo procurado.
Em 2014, o Ibama fez investigações que resultaram na Operação Kaiapó, contra desmatamento ilegal na Terra Indígena Menkragnoti, em Altamira. Após a denúncia de um grupo de índios, que eram acusados pelo desmatamento na região quando estavam tentando proteger a área, a polícia apreendeu 26 motosserras e três motocicletas, além do desmonte de 11 acampamentos de madeireiros, da prisão de 40 pessoas e da identificação do responsável pelo desmatamento da área de 14 mil hectares, o maior já identificado na região.
O Ibama emitiu multas de R$ 119 milhões contra integrantes da quadrilha que usava trabalhadores em situação de escravidão. A quadrilha atuava fazendo pequenos acampamentos para enganar a fiscalização por satélite.
Por causa disso, houve uma reformulação dentro dos órgãos que monitoram o desmatamento para evitar que a quadrilha usasse os dados para burlar a fiscalização. Mesmo assim, a quadrilha continuou agindo na área e usou várias formas para desmatar, entre elas fogo e uso de químicos desfolhantes, semelhantes aos usados pelas forças armadas americanas na Guerra do Vietnã, segundo o Ibama.
Os principais investigados e beneficiados com a prática criminosa eram protegidos por outros membros da organização que serviam como "testas de ferro". Mediante a falsificação de documentos e outras fraudes, pessoas de confiança dos cabeças da organização assumiam a propriedade da terra grilada. Segundo as informações da Polícia, eles preservam o nome dos reais autores do crime quando flagrados em fiscalizações do Ibama.
Os crimes investigados são: organização criminosa, falsificação de documentos, a prática, de forma reiterada e habitual, de desmatamento ilegal, ateamento de fogo e grilagem de terras públicas federais, na Amazônia brasileira, ocultação e dissimulação das vantagens econômicas obtidas. Com informações da Folhapress.
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