A empresa deverá receber as flores in natura de cannabis em outubro, e a extração dos compostos será feita usando tecnologia brasileira numa universidade pública de pont
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Um drama pessoal pesou na decisão do advogado Caio Abreu, de 35 anos. Com vida profissional estabilizada,ele decidiu largar a carreira para se dedicar à criação da primeira indústria brasileira de medicamentos à base de maconha.
A reviravolta nos negócios teve início após a perder a mãe, vítima de câncer agressivo e doloroso.
A mãe dele foi diagnosticada com câncer no reto em 2005, e passou a fazer uso da maconha para aliviar os sintomas. Desde o falecimento em 2009 portanto, o filho começou a se dedicar aos estudos para tornar aquilo que foi conseguido no mercado ilegal, em terapia reconhecida.
O projeto reúne investidores, cientistas de ponta e parceiros em países que já regulamentaram a cannabis medicinal, como Canadá e Holanda.
De acordo com o Bem Estar, ele já possui autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para importar 20 kg de matéria-prima e desenvolver os primeiros experimentos do medicamento que precisará passar por testes em humanos para uma eventual liberação comercial.
O uso medicinal da maconha ainda dá seus primeiros passos legais no Brasil. O mercado já movimenta bilhões de dólares em países como EUA, Reino Unido, Israel, Canadá e França. Só nos Estados Unidos as vendas legais de cannabis para fins médicos e recreativos somaram US$ 2,6 bilhões (R$ 8,4 bilhões) em 2014, segundo a revista britânica The Economist.
Em dezembro de 2014, o Conselho Federal de Medicina autorizou médicos brasileiros a prescrever o CBD, mas a liberação foi limitada: somente neurologistas e psiquiatras receberam o aval, e apenas para crianças e adolescentes com casos graves de epilepsia.
No mês seguinte, a Anvisa passou a enquadrar o CBD como substância controlada, e não mais proibida - podendo, portanto, ser adquirida com receita médica e laudo de responsabilidade assinado por médico e paciente.Em março deste ano, por determinação judicial, a agência liberou a prescrição e importação de medicamentos com demais derivados da maconha, incluindo o THC (tetrahidrocanabinol), que tem efeito psicoativo. Também autorizou a prescrição de flores de cannabis in natura para uso vaporizado.
A empresa deverá receber as flores in natura de cannabis em outubro, e a extração dos compostos será feita usando tecnologia brasileira numa universidade pública de ponta. O primeiro extrato deverá ter várias formas de apresentação, como uma específica para crianças e comprimidos para adultos. Um segundo produto deverá ser um extrato com maior concentração de THC.Em um segundo momento, a empresa também espera ter autorização para produzir a cannabis no Brasil.
"A proposta é construir um diálogo dentro dos padrões que médicos já trabalham com quaisquer medicamentos: doses, efeitos colaterais, demonstrar todas informações técnicas para que possam trabalhar", afirma Abreu.
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