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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Nanopartículas x HIV na guerra contra a Aids

O líder da equipe do CNPEM, químico Mateus Borba Cardoso, explica que "ainda não temos um tratamento propriamente dito contra o HIV

© Divulgação
O uso de nanopartículas poderá revolucionar o combate ao vírus HIV. Cientistas do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais, de Campinas, SP) estão desenvolvendo estudos que deverão dar mais eficácia ao tratamento da Aids.

O uso de nanopartículas poderá revolucionar o combate ao vírus HIV. Cientistas do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais, de Campinas, SP, estão desenvolvendo estudos que deverão dar mais eficácia ao tratamento da Aids.
O líder da equipe do CNPEM, químico Mateus Borba Cardoso, explica que "ainda não temos um tratamento propriamente dito contra o HIV. O que temos, até o momento, é o que chamamos de prova de conceito, realizada em laboratório. Usamos nanopartículas – partículas muito pequenas, eu me arriscaria a dizer que são partículas 1.500 vezes menor do que o diâmetro de um fio de cabelo – que se fixam às células, impedindo que elas sejam infectadas pelo vírus HIV. Essas nanopartículas são feitas à base de sílica, um mineral parecido com um grão de areia." Segundo o químico Mateus Borba Cardoso, em entrevista exclusiva à Sputnik, o passo mais importante nesta pesquisa já foi dado.
"Conseguimos impedir que o vírus infecte células sadias com o uso destas nanopartículas. Esta é uma grande vitória da nossa equipe de pesquisadores."
Ainda de acordo com o químico do CNPEM, “o trabalho atual é uma evolução de pesquisas anteriores, feito com células virais e tumorais” e que poderia também ser testado para bloquear ou impedir a ação destrutiva do HIV.
De acordo com Cardoso, ainda não se pode precisar, em termos de tempo, quando estas pesquisas poderão se transformar em tratamento efetivo contra o vírus HIV.
"Em Ciência e em Medicina, todas as pesquisas demandam tempo para testes e comprovações de eficácia. Também ainda é prematuro para assegurarmos se estas nossas pesquisas resultarão na fabricação pela indústria farmacêutica de uma pílula ou de uma substância injetável. O que podemos garantir, com absoluta certeza, é que esta nossa pesquisa é uma iniciativa pioneira da Ciência brasileira."
HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da Aids, o vírus ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Os infectologistas asseguram que ter o vírus HIV não é, necessariamente, sinônimo de ter contraído Aids. Segundo os médicos e cientistas, há muitos pacientes soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, mesmo assim, estes pacientes podem transmitir o vírus para outras pessoas por meio de relações sexuais desprotegidas (sem uso de preservativos), pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou mesmo da mãe para sua criança durante a gravidez e a amamentação. A Biologia classifica o HIV como um retrovírus, pertencente à subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus compartilham propriedades comuns como período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso, e ainda a supressão do sistema imune.

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