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terça-feira, 1 de novembro de 2016

Terremoto na Itália poupou vidas, mas foi cruel com a arte

Um dos patrimônios históricos atingidos foi a Basílica de San Benedetto, uma igreja construída no século 14 e que é símbolo da cidadezinha medieval de Norcia, na Úmbria

© Reuters
O terremoto de magnitude 6,5 na escala Richter que atingiu a Itália no último domingo (30), o mais forte da série de tremores que vem sacudindo o país desde o fim de agosto, não deixou mortos, mas provocou danos "impressionantes" - nas palavras do primeiro-ministro Matteo Renzi - ao patrimônio histórico, cultural e religioso.

A começar pela Basílica de San Benedetto, uma igreja construída no século 14 e que é símbolo da cidadezinha medieval de Norcia, na Úmbria, porém da qual restou apenas a fachada. Todo o resto foi ao chão com o sismo, gerando algumas das imagens mais impactantes da tragédia.
"A igreja de San Benedetto, em Norcia, voltará. Todos sabemos que aqueles símbolos do terremoto devem voltar", disse Renzi, tentando tranquilizar os cidadãos. Mas os danos vão muito além da basílica. Na mesma Norcia, intervenções urgentes foram realizadas para proteger a igreja de San Salvatore, onde os abalos derrubaram diversos afrescos.
Na capital e maior cidade do país, Roma, rachaduras foram registradas na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, uma das quatro basílicas papais e a segunda maior delas, atrás apenas de São Pedro. Outro templo afetado foi a igreja de Sant'Ivo alla Sapienza, construída por Francesco Borromini e cuja cúpula sofreu avarias.
Em Fermo, na região de Marcas, o prefeito Paolo Calcinaro determinou o fechamento do Domo, do Tribunal e do Palácio dei Priori, as três principais construções históricas do município, por conta da gravidade de danos estruturais que começaram a surgir com o tremor de 24 de agosto.
Já na cidade de Macerata, também em Marcas, há preocupações com a estabilidade da cúpula de uma igreja que abriga uma obra-prima de Tintoretto chamada "La natività". A Prefeitura discute uma maneira de evitar o desabamento da estrutura e danos irreparáveis ao trabalho do pintor maneirista italiano.
Mas entre tantas notícias ruins, há suspiros de alívio. Em alguns casos, como o da Torre Cívica de Amatrice, os danos foram muito menores do que se imaginava. Obras de arte e objetos de valor das igrejas afetadas estão sendo levados para três depósitos situados em Cittaducale (Lazio), Spoleto (Úmbria) e Ascoli Piceno (Marcas).
O que é certo, segundo a secretária-geral do Ministério dos Bens Culturais, Antonia Pasqua Recchia, é que o tremor de 30 de outubro foi oito vezes mais violento do que o de agosto, embora este tenha sido muito mais mortal, com 298 vítimas. (ANSA)

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