Carreira da cantora durou 12 anos, tempo no qual lançou dez álbuns
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O rock nacional ficou órfão do paradoxo que era Cássia Eller há 15 anos. Dona de uma rebeldia original, que arrebatou o Brasil com a releitura de "Hear My Train A Coming", de Jimi Hendrix, também era capaz de uma doçura sem fim, como em "E.C.T" ou "Relicário", frutos de parceria com o amigo Nando Reis.
A carreira de Cássia Rejane Eller durou 12 anos, tempo no qual lançou dez álbuns de estúdio e seis DVDs. O lado rebelde da cantora a levava a desafiar convenções, a assumir ser homossexual, a tirar a roupa no palco. A doçura fez reunir diversos parceiros ao logo da jornada, entre eles Nando Reis, Nação Zumbi, Edson Cordeiro, Rita Lee.
A morte da artista, causada por um infarto fulminante, veio em um dos seus momentos mais produtivos. A artista deixou a companheira Maria Eugênia Martins e o filho Chicão. Hoje, com 22 anos, o herdeiro de Cássia segue carreira como músico.
Confira momentos marcantes da carreira da artista
Começo
A primeira vez em que Cássia chamou a atenção foi em 1989, com a gravação de "Por enquanto", música de Renato Russo. Enviada por um tio à gravadora PolyGram, a fita rendeu a contratação dela. O primeiro disco, chamado "Cássia Eller", foi lançado em 1990, e vendeu 60 mil cópias.
Liberdade
Mesmo tendo sido criada de maneira rigorosa, era filha de um sargento do Exército, Cássia, apesar de discreta, nunca escondeu a relação com Maria Eugênia Martins. As duas se conheceram em Brasília, no início dos anos 1990. Em entrevista ao Correio Braziliense, ano passado, Eugênia revelou que, enquanto a companheira rodava o país em turnê, ela ficava em casa, cuidando de Chicão.
Voz
Dona de uma voz grave, de timbre rouco, sempre afinada, Cássia definiu logo cedo que seria apenas intérprete. Sem desculpas. Foi a "musa" de Nando Reis. Para ela, ele compôs diversas faixas. Cássia escreveu apenas duas das muitas canções que imortalizou: "Eles" e "O marginal", em parceria com Hermelino Néder. Na carreira, acumulou interpretações primorosas, até mesmo da diva francesa Edith Piaf, de quem cantou "Non Je Regrette Rien".
Despedida
2001 foi o ano mais produtivo da carreira de Eller. A cantora fez 95 shows, gravou o DVD Acústico MTV, se apresentou no VMB (Video Music Brasil), também da MTV. Cantou para 190 mil pessoas no Rock in Rio. O show que não fez foi o da virada do ano, na Praça do Ó, na Barra da Tijuca. Cássia morreu dois dias antes.
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