Na campanha, Crivela tentou mostrar distanciamento do ex-governador e disse que não negociaria cargos
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Em gravação telefônica inteceptada pela Polícia Federal, o ex-governador Anthony Garotinho menciona negociação com o prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), para que Clarissa Garotinho seja nomeada no governo.
Durante a conversa, Garotinho diz que fez um acordo com o então candidato do PRB para que a filha comandasse a Secretaria de Desenvolvimento Social.
Na campanha, Crivela tentou mostrar distanciamento e disse que não negociaria cargos.
Em um trecho do áudio, Garotinho classifica a Secretaria de Desenvolvimento Social de “operacional”, importante para montar uma base para seu grupo político, informou O Globo.
Segundo informações do Globo, a conversa foi gravada no dia 31 de outubro, um dia depois da eleição de Marcelo Crivella (PRB) à prefeitura do Rio.
De acordo com a publicação, Garotinho fala com um interlocutor identificado como Cleiton de Souza, assessor parlamentar do prefeito eleito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa (PR).
Veja alguns trechos da conversa:
“Clarissa vai ser secretária, provavelmente, o Crivella vai convidar ela (sic), de Ação Social (Desenvolvimento Social) no Rio, pra montar nossa base. Será que não era melhor para você (Cleiton), ao invés de cuidar de política, pegar uma secretaria operacional, tipo essa assim, Ação Social?”, argumenta Garotinho.
“Minha preocupação, por exemplo, é que, porra, vamos lá que o Crivella cumpra (o acordo) e dê a Secretaria de Ação Social (para Clarissa)”, diz o ex-governador.
“Vai dar, vai dar, vai dar”, responde Cleiton.
“Vai dar, né? Ele vai dar?”, insiste Garotinho.
“Ah, acho que vai, claro”, afirma o aliado.
“Então, aí Clarissa pode montar um programaço, aproveitar aquele povo todo nosso na Zona Oeste, nosso colegas nas comunidades que estão tudo (sic) aí entregues às baratas, sofrendo e tal”, reforça o ex-governador.
Por meio de nota, Garotinho lamentou a divulgação de gravações.
“Trata-se de uma conversa normal e natural, envolvendo articulações políticas, tudo dentro da legalidade”, concluiu.
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