Ex-ministro explica a razão.
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Em recente manifestação na imprensa, o Presidente Michel Temer afirmou que a sua prioridade na política externa é "resgatar a confiança no Brasil, confiança que se traduz em investimentos, crescimentos e empregos".
Para o Embaixador José Botafogo Gonçalves, que foi ministro da Indústria, Comércio e Turismo no Governo Fernando Henrique Cardoso e atualmente é vice-presidente emérito do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), a razão para a perda dos investimentos externos é simples: nos últimos dois anos o Brasil vem praticando políticas externas equivocadas.
"A primeira coisa que tem de ser esclarecida é o porquê de o Brasil ter perdido o investimento estrangeiro", diz o diplomata. "O Brasil sempre foi um país que atraiu diversos investimentos externos em vários setores da sua economia, sobretudo no financiamento da infraestrutura. Nos últimos dois anos, esse fluxo de investimentos caiu em relação às grandes necessidades que nós temos. E a resposta é simples: perdemos esses investimentos porque praticamos políticas equivocadas. Hoje, o país está em insolvência fiscal (alguns estados não têm dinheiro sequer para pagar os salários dos seus servidores) e dentro deste quadro o investidor externo não tem segurança de obter retorno para o capital que possa aplicar aqui".
Ex-embaixador especial para Assuntos do Mercosul e respeitada autoridade em comércio exterior, o Embaixador José Botafogo Gonçalves acredita que o Mercosul precisa rever sua atuação e modernizar sua política de relacionamentos, porque o modelo atual, praticado pelos quatro países fundadores – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai –, já não atende às necessidades contemporâneas:
"O Mercosul é uma área que precisa de profundas modificações. Não há dúvida nenhuma de que ele continua sendo um importante instrumento de integração regional, mas as premissas que regulamentaram o bloco em 1991 já não são suficientes. Naquela época, o que se procurava estabelecer era uma relativa estabilização comercial entre os quatro países do bloco. Isso acabou acontecendo, mas é muito pouco. O Mercosul precisa se abrir em conjunto, mudando o seu comportamento perante o mundo". Com informações do Sputnik Brasil.
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