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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Reconstrução mamária é alternativa de saúde e autoestima da mulher

A reconstrução da mama é um procedimento física e emocionalmente gratificante para uma mulher que perdeu a mama

© iStock
O câncer de mama está entre os mais comuns entre as mulheres, sendo inclusive o segundo tipo de câncer com maiores índices de ocorrência no mundo, sendo superado apenas pelo de pele. Para que se tenha uma ideia da gravidade da situação e da necessidade de diagnósticos cada vez mais precoces, só em 2016 foram projetados mais de 55 mil novos casos no Brasil (segundo o INCA – Instituto Nacional de Câncer). E, claro, os índices de óbito também são elevados.

Apesar disso, felizmente, as chances de cura têm aumentado muito nos últimos anos, em especial graças ao hábito cada vez mais rotineiro do acompanhamento médico especializado e realização de exames clínicos e de imagem direcionados. O que veio permitir diagnósticos mais precoces da doença. Isso, apesar do fato de que ainda nem todas as mulheres brasileiras possuem acesso facilitado a um acompanhamento médico especializado e aos exames necessários – principalmente a partir dos 35 anos de idade.

E é na fase do diagnóstico, quando se começa a considerar as várias formas possíveis de tratamento e cura, que a paciente, juntamente com seu médico, deve também ter acesso a informações claras sobre a necessidade e a possibilidade da mastectomia como alternativa, além de uma consequente reconstrução mamária.
O perito e cirurgião plástico Dr. José Neder Netto, membro da SBCP – Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – esclarece que “para cada tipo de câncer de mama, haverá uma alternativa de tratamento e, no caso da mastectomia, um tipo específico de cirurgia proposto pelo mastologista”, que pode ir desde a retirada exclusivamente do tumor “até procedimentos mais invasivos e abrangentes envolvendo glândula, mama, aréola, mamilo e pele”. “Todo esse processo pode acarretar inúmeros traumas”, conclui o Dr. Neder.
Desse modo, sempre com o acompanhamento e avaliação do mastologista, a paciente poderá recorrer às muitas possibilidades de reparação e reconstrução mamária. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica traz em seu site oficial muitos esclarecimentos importantes sobre este momento tão delicado. Afinal, se por um lado, a reconstrução da mama é um procedimento física e emocionalmente gratificante para uma mulher que perdeu a mama devido ao câncer ou a outra situação, por outro, representa uma decisão que deve ser tomada com total consciência e avaliação de todas as variáveis envolvidas no processo, do pré-operatório ao período de recuperação total. Portanto, o recomendável é que a paciente procure se informar ao máximo e não tenha vergonha jamais de fazer qualquer tipo de indagação ao seu mastologista, oncologista ou ao cirurgião plástico.
Aqui vão alguns aspectos que precisam ser considerados antes da cirurgia de reconstrução mamária: a sensibilidade da mama reconstruída não será a mesma; sempre haverá cicatrizes, tanto na mama, quanto em certas áreas menos expostas do corpo de onde forem extraídos tecidos doadores; em alguns casos, poderá haver perda parcial ou total de sensibilidade tanto no local doador quanto no da reconstrução; o uso de implantes, retalhos, enxertos e outras técnicas cirúrgicas devem ser consideradas com cuidado e atenção, sempre com o apoio dos especialistas envolvidos.
Aliás, seguir as recomendações de um especialista é fundamental em qualquer processo de tratamento, cura e recuperação. Certifique-se, portanto, se seu cirurgião plástico pertence a grupos e associações idôneas, tal como a SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) e se ele foi treinado como especialista na área em que atua. É na primeira consulta que devem ser esclarecidas todas as dúvidas sobre esse longo processo. Sendo assim, o recomendável é que a paciente nunca vá sozinha às consultas – levando consigo alguém de absoluta confiança – e que tenha sempre, por escrito de preferência, uma lista com suas perguntas e dúvidas, sem qualquer tipo de constrangimento. É importante sempre frisar: informação é fundamental.
Quanto ao período de recuperação, ele irá variar muito de caso para caso e os efeitos colaterais de uma reconstrução também são muito diversos. Mas hoje há procedimentos pós-operatórios que estão apresentando excelentes resultados. O Dr. José Neder Netto lembra a existência de tatuagens 3D que dão ótima ilusão de mamilos e aréolas. Mas ele é taxativo: “a reconstrução é um fator de conforto psicológico e reinserção da mulher em sua vida social, afetiva e sexual, mas nada irá substituir o conforto do carinho familiar, o suporte vindo de amigos e a segurança dos grupos de apoio”.
Via...Notícias ao Minuto

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