Alexandre Faite, chefe da delegação da entidade, disse que o país está "à beira de uma catástrofe"
© Mohamed Al-Sayaghi / Reuters |
Segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, o surto de cólera no Iêmen pode atingir um milhão de pessoas até o fim do ano.
Até o momento, já foram registrados mais de 750 mil casos de suspeita de cólera e 2.119 mortes causadas pela doença -números provavelmente inferiores à realidade, já que grande parte da população não tem acesso a tratamento médico.
A guerra civil -que já deixou 15,7 milhões de pessoas sem saneamento básico- é um dos principais fatores que impulsionam a epidemia no país.
Alexandre Faite, chefe da delegação da Cruz Vermelha no Iêmen, disse que o país está "à beira de uma catástrofe".
Ele afirmou que os funcionários de saúde não estão recebendo salários, e que, pela primeira vez, a Cruz Vermelha está fornecendo pacotes de comida às equipes médicas.
O país, que já tinha altas taxas de desnutrição antes do conflito, passa também por uma crise de segurança alimentar. Em 2016, a foto de uma garota iemenita de 18 anos que sofria de desnutrição severa causou comoção na comunidade internacional.
Sem previsão de término para o conflito, a população se torna cada vez mais dependente de organizações de ajuda humanitária para ter acesso a alimentos e tratamento médico.
Iniciada em 2015, a guerra civil opõe partidários de Abd-Rabbu Mansour Hadi aos chamados "houthis", que são liderados pelo rebelde xiita Abdulmalek al-Houthi, e a membros da forças armadas que são leais ao ex-presidente, Ali Abdullah Saleh.
Hadi ocupava a presidência até o início do conflito, em 2015. Atualmente, o controle do país é dividido entre os dois grupos. Seu governo, sediado na cidade de Aden, tem atuação limitada e é reconhecido internacionalmente como legítimo.
Ele é apoiado por uma coalizão que inclui os Estados Unidos, o Reino Unido e a França e é liderada pela Arábia Saudita, de maioria sunita.
Os houthis e os militares leais ao ex-presidente controlam o norte do país e a capital Sanaa. Eles são apoiados pelo Irã, cuja religião oficial é o islamismo da doutrina xiita.
As organizações terroristas Al-Qaeda e Estado Islâmico aproveitam o momento de instabilidade política e também disputam parte do território do Iêmen. Ambas já realizaram diversos ataques no país. Com informações da Folhapress.
Via...Notícias ao Minuto
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