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quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Oi pede adiamento de assembleia de credores para 23 de outubro

Protagonista da maior recuperação judicial do País, em que está em jogo uma dívida de cerca de R$ 65 bilhões, a operadora de telefonia não consegue chegar a um acordo com os credores

© DR

Divergências sobre o tratamento das dívidas com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pendências nas negociações com grupos detentores de títulos internacionais ("bondholders") levaram a Oi a pedir à Justiça do Rio o adiamento de sua assembleia geral de credores do dia 9 para 23 de outubro.


Protagonista da maior recuperação judicial do País, em que está em jogo uma dívida de cerca de R$ 65 bilhões, a operadora de telefonia não consegue chegar a um acordo com os credores. Diante do impasse, o governo afirma que cresce a hipótese de uma intervenção na tele.
"O governo não quer a intervenção (na Oi), mas se prepara para isso. À medida que o tempo passa, aumenta a expectativa de uma intervenção, infelizmente", disse ontem o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Gilberto Kassab. "A dívida continua e os compromissos precisam ser cumpridos. Se não colocar dinheiro, não tem solução", completou.
A decisão de adiar a assembleia foi tomada por unanimidade em reunião do conselho de administração da companhia, no início da tarde de ontem. A segunda convocação iria para 27 de novembro. No fim do dia, o pedido foi protocolado na 7ª Vara Empresarial do Rio e agora depende de uma aprovação do juiz Fernando Viana, que acompanha o caso.
Tempo
A ideia é ganhar tempo. Caso a prorrogação seja aceita, a Oi poderá apresentar um novo plano de recuperação até 6 de outubro (dez dias úteis antes da assembleia).
Caso o magistrado negue o pedido, a assembleia de 9 de outubro continuará de pé e restará aos credores apreciar a primeira versão do plano, apresentada em setembro de 2016. Em outras palavras, as negociações voltarão quase à estaca zero, já que a proposta foi criticada por credores.
A expectativa era que na reunião de ontem o conselho aprovasse um novo plano, que previa um aumento de capital de R$ 9 bilhões. A Oi chegou a detalhar a proposta, que incluiria um aporte de R$ 3,5 bilhões vindos de "bondholders" apoiadores, conversão de R$ 3 bilhões em dívidas desse mesmo grupo em ações e a injeção de outros R$ 2,5 bilhões pelos atuais acionistas.
A preocupação em relação ao embate com a Anatel, entretanto, forçou uma mudança de estratégia. Como antecipou o Estadão/Broadcast, a agência recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que as dívidas públicas da tele, caso das multas aplicadas pelo órgão, sejam excluídas da recuperação. A Anatel é o maior credor individual da Oi, com uma dívida de R$ 11 bilhões.
A avaliação de fontes ouvidas pela reportagem é que essa situação de insegurança pode dificultar o salvamento da empresa. Ainda há pendências nas negociações com os detentores de títulos que assumiu o compromisso de aportar recursos novos na empresa, como o prazo de pagamento das dívidas.
"Quem vai colocar dinheiro na companhia sem saber qual será a solução para a questão da Anatel? A agência criou uma insegurança muito grande", ponderou uma fonte.
Linha dura
O presidente da Anatel, Juarez Quadros, declarou ontem que a agência não vai recuar e que seria prudente, inclusive, não participar da assembleia de credores.
Ele classificou de "não factível" a proposta apresentada pela tele em agosto, condicionando sua recuperação a fatores externos, como a aprovação da Nova da Lei Geral das Telecomunicações e a alteração da Medida Provisória sobre o Programa de Regularização de Débitos não Tributários.
Ao longo das próximas duas semanas, a Oi enviará oficialmente à Anatel um plano mostrando as formas de pagamento da dívida viáveis para a companhia. Não há a hipótese de a direção da tele retirar a dívida pública do processo.
Hoje o conselho diretor da Anatel decide se abre ou não um processo para cassar as concessões e as licenças da Oi para os serviços de telefonia fixa, celular, internet e TV por assinatura. A discussão foi um pedido do conselheiro Igor de Freitas, que aponta lentidão nas negociações entre a Oi e os credores. A empresa está em recuperação judicial desde junho do ano passado. Com informações do Estadão Conteúdo.
Via...Notícias ao Minuto

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