Exército birmanês tem conduzido o que chamou de 'operações de limpeza', que afirma ter como objetivo deter 'terroristas extremistas' e proteger a população civil
© Cathal McNaughton/Reuters |
Segundo a ONU, mais de 500 mil pessoas fugiram de Mianmar para Bangladesh nos últimos 35 dias. A pé ou em embarcações precárias, o mais de meio milhão de pessoas atravessou a fronteira tentando escapar da última onda de violência contra os rohingyas.
O exôdo impressiona pelo número, que corresponde a pouco mais que a população de uma cidade como Niterói, no Rio de Janeiro.
Em comparação, no ano passado inteiro, a Europa recebeu 363.348 refugiados.
A ONU já denunciou a realização de uma limpeza étnica da minoria muçulmana que é perseguida no Mianmar, majoritariamente budista.
No dia 25 de agosto, rebeldes rohingyas atacaram cerca de 20 delegacias de polícia no Estado de Rakhine, no oeste do país, onde se concentram.
Desde então, o Exército birmanês tem conduzido o que chamou de "operações de limpeza", que afirma ter como objetivo deter "terroristas extremistas" e proteger a população civil.
Segundo os últimos dados oficiais, divulgados em 1º de setembro, 400 morreram nos confrontos entre as forças armadas e os rebeldes.
Bangladesh, que já abrigava cerca de 400 mil refugiados rohingyas antes da onda de violência, vive uma crise humanitária na região de fronteira com o Mianmar.
Sheikh Hasina, primeira-ministra bengalesa, pediu em seu discurso à Assembleia Geral da ONU que governo birmanês garanta um "retorno sustentável" dos refugiados.
A líder de fato do Mianmar, Aung Suu Kyi, tem enfrentado críticas constantes da comunidade internacional, e cancelou sua ida à cúpula da ONU para lidar com a crise envolvendo os rohingyas.
Os rohingyas não têm direito à cidadania birmanesa e são vistos por muitos como imigrantes ilegais da vizinha Bangladesh, apesar de reivindicarem raízes na região. Como apátridas, eles não têm acesso a serviços básicos, como educação e saúde, e são proibidos de votar.
A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, afirmou em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU nesta quinta-feira que as ações das forças armadas birmaneses constituem uma campanha de limpeza étnica.
Ela pediu que os países suspendam o fornecimento de armas a Mianmar até que o Exército adote medidas para se responsabilizar pelos atos cometidos.
TERRITÓRIO FECHADO
Nesta quinta, o governo birmanês adiou a primeira visita prevista dos representantes da ONU ao norte do Estado de Rakhine, cenário de enfrentamentos há um mês.
"A visita organizada pelo governo birmanês foi adiada para a semana que vem devido ao mau tempo", disse o porta-voz das Nações Unidas em Mianmar, sem informar uma nova data.
Há semanas que a ONU e organizações de ajuda humanitária pedem para ter acesso à região, que está sendo controlada pelo Exército desde o fim de agosto.
Vários vilarejos foram queimados e estima-se que milhares de rohingyas estejam escondidos nas matas, sem comida nem medicamentos. Cerca de 30 mil budistas e hindus também teriam fugido da violência. Com informações da Folhapress.
Via...Notícias ao Minuto
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