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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Base governista impede votação de PEC que estabelece eleições diretas

Já a oposição quer votar a proposta, que deve retornar à pauta da CCJ na próxima semana

© Valter Campanato/Agência Brasil

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) adiou para a próxima semana a votação da proposta de emenda à Constituição que prevê eleições diretas no caso de vacância da presidência e da vice-presidência da República a qualquer tempo do mandato, exceto nos seis últimos meses.

A proposta é polêmica e a discussão tem sido constantemente adiada. Os deputados aliados ao governo têm obstruído os trabalhos. Já a oposição quer votar a PEC, que deve retornar à pauta da CCJ na próxima semana.
O relator, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), apresentou relatório favorável à admissibilidadeda proposta, que finalmente foi lido hoje, apesar da obstrução comandada pelos deputados José Carlos Aleluia (DEM-BA) e Alceu Moreira (PMDB-RS). As informações da Agência Câmara.
Para Aleluia, esse não é o momento de discutir a medida, que está relacionada às denúncias contra o presidente Michel Temer. “Num outro momento podemos debater isso, mas nesse momento é uma medida que não ajuda e apenas desestabiliza o País, que está se recuperando”, disse.
Para o líder do PSB, deputado Júlio Delgado (MG), que é favorável à PEC, não se trata deste ou de outro governo, mas da possibilidade da escolha popular no caso de ser necessária uma nova eleição. “A PEC foi apresentada muito antes de qualquer crise, até mesmo do impeachment, e visa corrigir um equívoco: não faz parte da nossa tradição a eleição indireta. O Brasil quer diretas.”
Para Alceu Moreira, esse discurso tem o apoio do PT porque numa eventual eleição agora o ex-presidente Lula teria chance de ganhar. “É antecipar um pleito que já tem data marcada, e não queremos que isso se concretize porque há muito o que fazer e o governo está colocando o Brasil nos eixos, retomando a produção e os empregos”, disse.
Proposta no Senado
No Senado, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania aprovou em maio, por unanimidade, uma outra proposta que vai na mesma linha. A diferença é que a eleição direta só não ocorreria se a dupla vacância ocorrer no último ano do mandato.
Atualmente, a Constituição prevê eleição direta de presidente e vice-presidente em caso de vacância apenas nos dois primeiros anos do mandato. Nos dois últimos anos, a eleição é indireta, e os nomes são escolhidos em sessão conjunta do Congresso Nacional (513 deputados e 81 senadores).
Via...Notícias ao Minuto

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