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quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Lucro do Bradesco sobe 7,8% no terceiro trimestre, aponta balanço

Movimento acompanha a queda no índice total de inadimplência acima de 90 dias, que fechou setembro em 4,8%

© Reuters

O lucro líquido ajustado do Bradesco, segundo maior banco privado do Brasil, subiu 7,8% no terceiro trimestre do ano, para R$ 4,8 bilhões, na comparação com mesmo período de 2016, informou nesta quarta-feira (1º) a instituição.

Em relação ao segundo trimestre de 2017, a alta foi de 2,3%.
A despesa com provisões para crédito duvidoso -montante que o banco reserva para caso de calote- caiu 23,1% sobre os três meses anteriores e 33,4%, ante o terceiro trimestre do ano passado.
"Essa tendência de queda [do PDD, Provisão para Devedores Duvidosos] deve continuar e pode nos permitir chegar ao final de 2018 com indicadores próximos aos menores níveis históricos", afirmou Alexandre da Silva Glüher, vice-presidente do Bradesco.
O movimento acompanha a queda no índice total de inadimplência acima de 90 dias, que fechou setembro em 4,8%, 0,6 ponto percentual abaixo de um ano antes.
"A perspectiva é que a inadimplência continue sob controle e até melhore, o que nos dá confiança de que poderemos partir para novos ciclos. Acreditamos que os tipos de inadimplência como um todo estão próximos do final", afirmou Carlos Wagner Firetti, diretor de relações com o mercado do Bradesco.
O índice só não recuou para grandes empresas, passando de 1,52% em junho deste ano para 1,8% em setembro. "Essa linha deve continuar um pouco mais volátil, com algumas oscilações. As empresas têm evoluído na melhoria de seus balanços, mas ainda estamos sujeitos a alguns impactos", disse Firetti.
O banco viu ainda suas receitas com prestação de serviços subirem 5% sobre o mesmo período de 2016, para R$ 7,8 bilhões. As maiores altas foram para os serviços de assessoria financeira (51%), custódia e corretagem (13,4%) e administração de fundos (13%).
CRÉDITO
A carteira de crédito do banco, no entanto, recuou pelo quarto trimestre consecutivo. No fim de setembro, as operações do Bradesco totalizavam R$ 486,86 bilhões, queda de 1,4% na comparação trimestral e de 6,7% ano a ano.
A receita com operações de crédito foi a única entre os serviços a cair, 6,4%, no terceiro trimestre do ano, ante 2016."A evolução do volume de crédito é um desafio", afirmou Glüher.
O segmento de pessoa física apresentou alta de 0,1% na comparação trimestral e de 0,7% na anual.
O melhor desempenho foi para a linha de crédito pessoal consignado, que subiu 11,6% ano a ano, mas o financiamento imobiliário também cresceu 5%.
"A retomada do crédito tem a ver com confiança. As pessoas físicas começaram a recuperar essa confiança, o temor do desemprego vai se afastando, e elas já reconstruíram suas reservas a ponto de começar a consumi-las", afirmou Firetti.
O crédito para veículos registrou alta de 2% no trimestre, mas queda de 3,2% ante o ano anterior.
"Parece pouco [a alta trimestral], mas é o primeiro crescimento depois de muito tempo, isso tem um significado", disse Glüher.
A carteira para pessoa jurídica não esboçou a mesma reação, com queda trimestral de 2,1% e anual de 10,3%. "As empresas ainda não entraram em uma fase de investimentos, elas estão em fase de ajustes, buscando o equilíbrio. Acreditamos que estamos perto disso e há espaço para crescimento no ano que vem", afirmou Glüher.
O maior impacto negativo foi entre micro, pequenas e médias empresas, para quem o empréstimo despencou 17,8% na comparação ano a ano. Segundo Firetti, essa foi a carteira mais pressionada durante o período de crise.
"Queremos expandir nossa carteira, principalmente nesse segmento em que o Bradesco é bastante tradicional. Primeiro, com capital de giro de curto prazo. Mais para frente, com linhas de mais longo prazo", completou Glüher.
O crédito para grandes empresas registrou queda de 6,8% no período.
ENXUTO
A contração nos empréstimos atingiu a margem financeira, que mede o ganho do banco nas operações de empréstimos e já desconta a provisão para calote, com redução de 13,7% ante o terceiro trimestre de 2016.
Por outro lado, as despesas administrativas e de pessoal caíram 3,9%, na mesma base anual, para R$ 9,8 bilhões. Os gastos com pessoal recuaram 2% no terceiro trimestre ante 2016 e 2,7% em relação as três meses anteriores.
Em julho, o Bradesco lançou um PDVE (Plano de Desligamento Voluntário Especial), com a adesão de 7,4 mil funcionários e custo total de R$ 2,3 bilhões. O efeito anual estimado nas despesas de pessoal é uma redução de R$ 1,5 bilhão.
"Boa parte já saiu até o mês de setembro, mas um montante razoável ainda deve deixar o banco até o fim do ano", afirmou Glüher.
O número de funcionários foi reduzido em 9,2 mil, na comparação com o quadro de setembro de 2016, e está 4,4 mil inferior a junho de 2017.
O Bradesco, que no ano passado concluiu a integração do HSBC, comprado um ano antes, vem gradualmente ajustando sua estrutura.
Entre o segundo semestre do ano e o terceiro foram fechadas 223 agências. Em relação ao ano anterior, houve enxugamento de 492 agências.
"Os ajustes na rede continuarão ocorrendo, e, se necessário, vamos adequar nossa estrutura para atender as necessidades dos clientes", disse Glüher. Com informações da Folhapress.
Via...Notícias ao Minuto

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