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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Governo dos EUA sugere golpe militar na Venezuela

Chefe da diplomacia americana previu que haverá uma "mudança" na Venezuela, mas que os EUA desejam que ela seja pacífica.

© Reuters
O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, sugeriu nesta quinta-feira (1º) a possibilidade de um golpe militar na Venezuela, antes de iniciar sua primeira viagem à América Latina, ao lançar a estratégia do governo de Donald Trump para a região.

O chefe da diplomacia americana afirmou que, embora os EUA não estivessem estimulando uma "mudança de regime" no país, o "mais fácil" seria se o ditador Nicolás Maduro deixasse o poder. Previu que haverá uma "mudança" na Venezuela e disse que os EUA desejam que ela seja pacífica.

"Na história da Venezuela e dos países sul-americanos, às vezes os militares são o agente da mudança quando as coisas estão tão ruins e a liderança não serve ao povo", discursou na Universidade do Texas em Austin, aludindo aos golpes de Estado que ocorreram na região na segunda metade do século 20. Mas acrescentou: "Se esse é o caso aqui, eu não sei".
"Maduro deveria voltar à sua Constituição e segui-la", afirmou, sugerindo que, se a situação esquentar muito para o presidente venezuelano, "tenho certeza de que ele tem amigos em Cuba que poderiam dar a ele uma boa 'hacienda' [grande propriedade] na praia".
VIAGEM
A viagem de Tillerson pela região começou nesta quinta pela Cidade do México, onde ele seria recebido em jantar pelo chanceler Luis Videgaray e outras autoridades do governo mexicano.
O secretário se encontra ainda com o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto. Na pauta da reunião, devem entrar temas como imigração, o muro na fronteira e as negociações do Nafta (o acordo de livre comércio entre EUA, México e Canadá).
"Todos os nossos esforços se concentrarão no Nafta e em ter certeza de que o pacto não entre em colapso", afirmou um diplomata mexicano. Trump tem ameaçado renegociar o acordo, que vê como prejudicial aos EUA.
Tillerson passa em seguida por Lima para reunião com o presidente Pedro Pablo Kuczynski e acertar a ida de Trump à cidade para a Cúpula das Américas, em abril.
A crise venezuelana será o principal tópico de discussão dos encontros de Tillerson com o presidente argentino, Mauricio Macri, em Buenos Aires e Bariloche, nos dias 3 e 4, e com o colombiano Juan Manuel Santos em Bogotá, no dia 6. A viagem termina em Kingston, Jamaica, no dia 7.
PODERES IMPERIAIS
Tillerson alertou ainda contra a "presença crescente" da China e da Rússia na América Latina: "A América Latina não precisa de novos poderes imperiais que só buscam beneficiar si mesmos".
Segundo Tillerson, a China é agora o maior parceiro comercial de Chile, Argentina, Brasil e Peru, e governos com instituições fortes são necessários para proteger a soberania contra "atores potencialmente predadores".
"Hoje a China está ganhando terreno na América Latina. Usa seu poderio econômico para puxar a região para sua órbita; a questão é a que preço", disse. "O modelo de desenvolvimento estatal da China remete ao passado. Não tem de ser o futuro."
Para Tillerson, "a presença crescente da Rússia também é alarmante". "Nossa região deve ser diligente em sua proteção contra potências distantes que não refletem os valores fundamentais compartilhados nesta região."
O governo anterior, do democrata Barack Obama, dedicou pouca atenção à região, e não há expectativa de que Trump faça diferente. Ainda assim, Tillerson afirmou que "nos EUA, [a América Latina] tem um sócio multidimensional, que beneficia a ambos os lados". Com informações da Folhapress.
Via...Notícias ao Minuto

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