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domingo, 1 de julho de 2018

Por que o Brasil não tem empresas aéreas de baixo custo?

Realidade no mercado brasileiro é diferente da Europa e dos Estados Unidos

© Agência Brasil / Marcelo Camargo

As ofertas de passagens aéreas baratas na Europa e nos Estados Unidos em empresas low cost (baixo custo) ainda não é uma realidade no Brasil. Os motivos de o país não ter opções de voos mais baratas envolvem falta de concorrência, impostos altos e poucos aeroportos, segundo destaca a reportagem do UOL.
O preço médio das passagens aéreas no Brasil é o dobro de algumas empresas na Europa. A média da aérea irlandesa Ryanair em 2017 foi de 39 euros (R$ 176). De acordo com a Anac, a passagem média paga por um voo doméstico no Brasil foi R$ 357 no ano passado.

Em entrevista ao UOL, Paulo Resende, coordenador do núcleo de logística e infraestrutura da Fundação Dom Cabral, explica que a pouca concorrência na aviação civil no Brasil é uma das principais causas dos preços altos. O mercado atualmente gira em torno de quatro companhias: Avianca, Azul, Gol e Latam.
"Quanto mais livre a concorrência, mais aberto o caminho para a atuação de uma low cost", destaca o professor.
A falta de aeroportos regionais também impede o barateamento de passagens. "Essas companhias procuram sempre operar em aeroportos alternativos, municipais, que têm tarifas e custos mais baixos que os centrais", sustenta o engenheiro Milton Zuanazzi, ex-diretor da Anac e hoje presidente da agência de viagens SBTur.
As longas distâncias também aumentam os custos. "Longas distâncias na maior parte dos grandes mercados da América Latina tornam a região menos acessível para o modelo de baixo custo", afirmou a Iata (Associação Internacional de Transportes Aéreos), que vê um lento desenvolvimento desse tipo de companhia na América Latina.
No entanto, o peso no bolso na hora de comprar passagens aéreas também está diretamente ligado à carga tributária, que pesa nos encargos trabalhistas e, principalmente, no combustível que abastece as aeronaves, e então faz as empresas subirem os preços. "O combustível representa cerca de 30% do valor do voo e paga impostos muito caros, em especial o ICMS, que é de quase 30% em alguns estados", explica Zuanazzi.
Via...Notícias ao Minuto

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