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quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Dólar fecha abaixo de R$ 4 pela primeira vez em mais de um mês

A moeda americana terminou o dia em queda de 0,76%, a R$ 3,995

© DR

O dólar fechou abaixo de R$ 4 nesta quinta-feira, reflexo da entrada de investidores estrangeiros no mercado doméstico. A Bolsa brasileira avançou mais que o exterior e fechou com ganhos de mais de 1%, em 80 mil pontos.


A moeda americana terminou o dia em queda de 0,76%, a R$ 3,995. É a primeira vez que o dólar fecha abaixo de R$ 4 desde o dia 20 de agosto. Considerada uma cesta de 24 emergentes, o real foi a segunda que mais apresentou ganhos sobre o dólar, atrás apenas da lira turca.

"Está tendo fluxo e uma reversão dos fundos, que estão voltando a comprar Brasil", avaliou o presidente da correspondente cambial Remessa Online, Fernando Pavani.
O estrategista da corretora do Santander, Ricardo Peretti, aponta que o fluxo de entrada de investidores estrangeiros começou na metade do mês e vem se sustentando desde então. Quando eles voltam ao país, trazem dólares, ajudando a valorizar o real.
Em setembro até o dia 24, o saldo de estrangeiros na bolsa está positivo em 1,2 bilhão de reais. Peretti aponta, no entanto, que o movimento não ocorre apenas para o Brasil, mas para outros emergentes como Turquia e Rússia. Ele associa a entrada a uma calmaria de investidores após a entrada em vigor de novas tarifas impostas pelo presidente americano, Donald Trump, a produtos importados da China.
As taxas sobre US$ 200 bilhões (R$ 799 bilhões) em produtos entraram em vigor no dia 17 de setembro."A minha impressão é de que o mercado chinês reagiu bem [às tarifas], e os mercados emergentes liderados pela China começaram a puxar para cima as Bolsas", afirma.
"Tem dinheiro entrando no país e também uma expectativa mais amena em relação à eleição. O real já estava muito desvalorizado por causa da precificação que havia sido feita do cenário político", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
Galhardo ecoa um relatório do Bank of America Merrill Lynch (BofA) obtido pelo jornal Valor Econômico, que aponta uma tolerância maior ao petista Fernando Haddad na disputa eleitoral.
"Fernando Haddad moderou seu discurso e acreditamos que os clientes estão enviesados para aumentar a exposição no Brasil", escreveu o banco, segundo reprodução do Valor.
O mercado financeiro vinha mostrando forte resistência a Haddad, por considerá-lo o menos comprometido com reformas que consideram necessárias para o reequilíbrio das contas públicas. Desde que se convenceram que Geraldo Alckmin, até então preferido, não conseguiria avançar na preferência do eleitorado, investidores têm abraçado a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL).
Sem divulgação de novas pesquisas eleitorais, o cenário doméstico pautou menos o mercado financeiro nesta quinta-feira.
O Ibovespa avançou firme nesta quinta-feira, ganho de 1,71%, e fechou em 80.000 pontos. No exterior, os principais índices acionários também avançaram, mas com ganhos mais modestos. O índice Dow Jones subiu 0,21%, o S&P 500 ganhou 0,28% e o Nasdaq, 0,65%.
O índice foi puxado pela disparada nas ações da Petrobras, que avançaram mais de 5% após a estatal fechar acordo para encerrar investigação sobre corrupção nos Estados Unidos. Com informações da Folhapress.

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