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segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Três a cada quatro idosos usam exclusivamente o SUS, diz estudo

A principal doença apontada é a hipertensão, seguida por problemas na coluna, artrite, depressão e diabete

© pixabay
Estudo sobre o perfil da população idosa no Brasil divulgado nesta segunda-feira (1º) aponta que três a cada quatro idosos dependem do SUS (Sistema Único de Saúde).

Mais de dois terços dos entrevistados têm pelo menos uma doença crônica, de acordo com pesquisa do Ministério da Saúde em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
A principal doença apontada é a hipertensão, seguida por problemas na coluna, artrite, depressão e diabete. Apenas 30% responderam que não possuem doenças crônicas.
A pesquisa também constatou que 43% dos entrevistados têm medo de cair devido a defeitos nos passeios e 36% têm medo de atravessar a rua. Em relação à segurança, um terço dos entrevistados definiram a vizinhança em que vivem como "muito insegura" e só 4% consideraram "muito segura". Os idosos que vivem em área urbana são 85% do total.
"Quando você fala de calçada, de buraco no asfalto, de receio em atravessar a rua, isso diz respeito à mobilidade urbana, sinalização e respeito e educação de todos no trânsito", disse o ministro da Saúde, Gilberto Occhi. "Isso tudo tem que ser estudado como questão de mobilidade urbana."
A coordenadora da pesquisa, Maria Fernanda Lima-Costa, da Fiocruz em Minas Gerais, destacou que o envelhecimento da população brasileira é profundamente desigual.
"Você tem um envelhecimento de primeiro mundo para pessoas com alta renda e alta escolaridade e um envelhecimento muito desfavorecido entre os mais pobres", disse. "É papel do SUS, do Estado, reduzir essas desigualdades."
A capacidade para o trabalho diminui a partir dos 55 anos de idade, de acordo com o estudo.
Mesmo assim, o ministro disse que "qualquer cidadão ainda em atividade laboral tem uma qualidade de vida melhor porque está exercitando física e mentalmente suas capacidades", ao ser questionado sobre proposta de aumento da idade mínima para aposentadoria.
Para Maria Fernanda Lima-Costa, melhorar a condição de saúde da população aumenta a longevidade no trabalho e retarda a idade de aposentadoria.
Occhi defendeu cuidados com atividade física, alimentação e inibição do uso do tabaco e do álcool ainda na juventude. "Quando as pessoas vão envelhecendo e usaram durante muito tempo alimentação não adequada, uso excessivo de álcool e tabaco, isso traz consequências. Precisamos cuidar desde a infância", disse.
Participaram da pesquisa, segundo os organizadores, mais de 9 mil pessoas com 50 anos ou mais em 2015 e 2016 em 70 municípios nas cinco regiões do país. Embora a legislação considere idosa pessoa com 60 anos ou mais, a pesquisa é longitudinal -ou seja, vai acompanhar a evolução da situação desse público nos próximos anos.
O custo do estudo foi de R$ 7,3 milhões, sendo R$ 4,2 milhões do Ministério da Saúde e R$ 3,1 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. A intenção, segundo o governo, é subsidiar a construção e adequação de políticas públicas de saúde. Com informações da Folhapress.

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