Objetivo é evitar o surgimento de bactérias resistentes a tratamentos usados atualmente. O tema é foco da Semana Mundial de Uso Consciente de Antibióticos
© JOSHUA COLEMAN/Unsplash |
Essa resistência acontece quando bactérias são expostas, repetidas vezes, ao uso de um ou mais produtos, como antibióticos e antivirais, entre outros. Com o tempo, esses produtos deixam de ser eficazes contra os agentes etiológicos que causam as enfermidades, e os medicamentos passam a ser limitados no combate à doença.
O problema é tão sério que mobiliza governos em todo o mundo, pois gera uma série de consequências para toda a população, como o prolongamento de doenças e o aumento da taxa de mortalidade e internações hospitalares, bem como a ineficiência de terapias preventivas.
Plano de Ação
Para enfrentar essa situação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou, em 2015, o Plano de Ação Global em Resistência a Antimicrobianos, que serviu de base para diversos países traçarem suas estratégias.
A resistência ocorre mais frequentemente com antibióticos, mas também afeta antivirais, antifúngicos e antiparasitários. Antimicrobiano é o nome comum para todos estes medicamentos.
No Brasil, a elaboração de um Plano de Ação Nacional envolve diversos órgãos, em uma parceria entre a Anvisa e os ministérios da Saúde, Agricultura, Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente.
Como complemento às estratégias nacionais, a Anvisa elaborou um plano de ação próprio, indicando o papel da vigilância sanitária nos esforços do país para a prevenção e o controle da resistência aos antimicrobianos, com atividades previstas até 2021.
O plano foi construído no âmbito da Comissão de Vigilância Sanitária em Resistência aos Antimicrobianos e contou com a participação de 20 áreas da Agência.
Objetivos da Anvisa
Para conter o problema no país, foram estabelecidos nove objetivos, que incluem ações de conscientização da sociedade e de capacitação sobre a resistência antimicrobiana, voltada para profissionais de saúde, serviços e gestores do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS).
Outros objetivos são: aprimoramento da rede nacional de laboratórios para o monitoramento e a vigilância em resistência aos antimicrobianos; ampliação do conhecimento relacionado ao tema, por meio de estudos e pesquisas; desenvolvimento de trabalho conjunto com o Ministério da Saúde na definição de uma política abrangente de prevenção e controle de infecções; e redução da incidência de infecções.
Também estão previstas medidas que visam qualificar as prescrições médicas de antimicrobianos e reduzir o uso indiscriminado desse tipo de medicamento, além de aprimorar ações regulatórias a respeito da presença dos resíduos desses produtos em alimentos.
Esse conjunto de ações visa uma mudança de comportamento nos próximos anos, com vistas à redução do uso incorreto de antibióticos e outros produtos, com consequente queda das infecções e dos riscos causados à população.
Dados mundiais
Se medidas não forem tomadas, estimativas indicam que em 2050 uma pessoa morrerá a cada três segundos em consequência de agravos causados por resistência aos antimicrobianos, o que representará 10 milhões de óbitos por ano, ultrapassando a atual mortalidade por câncer (8,2 milhões de mortes/ano).
Com relação ao uso desses produtos, entre 2000 e 2010 foi registrado um aumento de 36% no consumo de antimicrobianos em 71 países, sendo que Brasil, Rússia, Índia, África do Sul e China responderam por três quartos (75%) desse crescimento.
No Brasil, somente em 2015, foram comercializadas 73 milhões de embalagens de antimicrobianos, de acordo com dados do Sistema de Acompanhamento do Mercado de Medicamentos (Sammed).
Mobilização
O enfrentamento do problema requer a participação de toda a sociedade. Nesse sentido, a OMS promove a Semana Mundial de Uso Consciente de Antibióticos, que, neste ano, ocorre de 12 a 18 de novembro de 2018. Com o tema: “A mudança não pode esperar. Nosso tempo com antibióticos está se esgotando”, a mobilização chama a atenção das pessoas para a necessidade de busca de orientação antes do uso de antibióticos. Com informações do Portal Anvisa.
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