Ronilson Rodrigues, e o irmão do vice-governador eleito Rodrigo Garcia (DEM), Marco Aurélio Garcia, tiveram pena aumentada de 10 para 16 anos em 2ª instância
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Feita pela 4ª Câmara Criminal do TJ, esta é a primeira condenação em segunda instância relacionada ao escândalo de cobrança de propina de empresas para obtenção de descontos do ISS das obras, descoberta em 2013, que causou prejuízo estimado em R$ 500 milhões. O esquema aconteceu a partir de 2007, na gestão de Gilberto Kassab (PSD), ministro da Ciência e futuro secretário da Casa Civil de João Doria (PSDB).
A condenação aumenta o risco de a Justiça conceder a prisão em um provável pedido do Ministério Público, devido ao entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) que admitiu o início do cumprimento da pena após condenação em segunda instância.
Ronilson Rodrigues, ex-subsecretário da Receita Municipal, é considerado o chefe do esquema.
O processo específico julgou a lavagem de dinheiro por meio de uma empresa de consultoria de Rodrigues, a Pedra Branca. De acordo com a acusação feita pelo promotor Roberto Bodini, Ronilson simulava prestação de serviços para outras pessoa.
O empresário Marco Aurélio Garcia, irmão do vice-governador eleito, emprestava o imóvel onde aconteciam os atos ilegais. A acusação sustenta que ele vendeu flats para os fiscais, em um processo de ocultação de bens, além de ter contratado serviços da consultoria de fachada de Ronilson.
O fiscal Eduardo Barcellos, que colaborou com a Justiça, teve a pena reduzida de seis para quatro anos em regime aberto. Outros envolvidos tiveram a pena mantida.
OUTRO LADO
A defesa de Garcia afirma ele não tem nenhuma ligação com a máfia do ISS.
"O processo julgado na data de hoje, versa, exclusivamente, sobre eventual lavagem de dinheiro imputada a seis réus, dentre eles, o Sr. Marco Aurélio, que foi incluído neste processo, somente porque vendeu três flats a corréus, em operação de venda absolutamente legal, por meio de cheques nominais a ele destinados, tudo provado, o que afasta qualquer suspeita de tentativa de ocultação de bens ou de lavagem de dinheiro", afirma nota da defesa de Garcia, feita pelo ex-presidente da OAB-SP, Luis Flávio Borges D'Urso.
Ele afirma também que o processo tem duas delações premiadas de corréus que isentam Garcia de ilícitos. "Todavia, isto não foi considerado pela turma julgadora, que acolheu a pretensão do Ministério Público para aumentar a pena imposta", diz.
Ele também afirma que a 25ª Vara Criminal de São Paulo, responsável pela sentença em primeira instância, foi considerada incompetente pela 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça.
"A defesa considera a decisão de hoje injusta e dela irá recorrer, salientando que o Sr. Marco Aurélio confia que a Justiça haverá de reconhecer sua inocência em grau de recurso", diz ainda a nota.
O vice-governador eleito afirmou apenas que está "muito triste" com a decisão.
A reportagem deixou recado no escritório do advogado de Ronilson, mas não obteve resposta.
Como funcionava a máfia do ISS, que ocorreu ao menos desde 2007 e foi descoberta em 2013
Licença
Empresas entravam na prefeitura com pedido de Habite-se, uma licença de ocupação para seus empreendimentos
Cálculo
Os fiscais calculavam o ISS (Imposto sobre Serviços), que é requisito para a expedição do Habite-se, acima do preço real
Cobrança
Os fiscais ofereciam desconto sobre o valor do ISS calculado e pediam uma parcela do dinheiro
Liberação
Uma vez que a parcela era paga, a certidão de quitação do imposto era liberada
- Cerca de R$ 500 milhões foram desviados dos cofres da prefeitura pelo esquema, segundo o Ministério Público
- 410 construções teriam pago propina para obter desconto no ISS
- Mais de 400 inquéritos relacionados ao esquema foram instaurados
- 24 processos foram abertos contra Ronilson
Com informações da Folhapress.
Via...NOTÍCIAS AO MINUTO
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