© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil |
Um dos presentes, o pastor Silas Malafaia, disse que Bolsonaro perderá crédito entre seus apoiadores evangélicos se voltar atrás da decisão. "Ninguém colocou uma faca no pescoço dele para prometer isso", afirmou, frisando que a promessa ajudou a garantir apoio dos evangélicos à sua candidatura.
Em conversa com lideranças judaicas no fim da manhã, Netanyahu disse ter ouvido de Bolsonaro que a transferência da embaixada é questão de tempo. Os dois se encontraram na última sexta (28).
O premiê citou a declaração do presidente eleito também no encontro com os cristãos, do qual participaram também o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), o prefeito da capital, Marcelo Crivella (PRB), e o cardeal arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta.
"Israel e Jerusalém são um só", afirmou o premiê. "Vocês não precisam ser lembrados disso porque vocês conhecem a nossa história", completou em seu discurso para as lideranças cristãs, no qual afirmou que as culturas judaica e cristã são interligadas e que os cristãos são os "melhores amigos" dos judeus.
"Não temos palavras para expressar o que sentimos por Israel. Nós oramos por vocês todos os dias", disse Crivella, que é pastor licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus. "Eu sei que o senhor ama Israel, que é filho de Israel. Mas eu asseguro que o senhor não ama Israel mais do que nós", completou, dirigindo-se ao premiê.
Autoridades israelenses dizem que a transferência da embaixada não é uma condição para a negociação de parcerias comerciais com o Brasil. A aproximação, dizem, tem como objetivo principal abrir mercado para empresas israelenses.
Em conversa com jornalistas pela manhã, Netanyahu apresentou uma série de produtos e tecnologias que poderiam ser vendidas ao Brasil, uma das poucas grandes nações com as quais o país ainda não tem acordo comercial.
No cenário interno, porém, Bolsonaro tem a perder com um eventual recuo na decisão, frisou Malafaia. Na sua avaliação, o presidente eleito angariou votos ao anunciar a transferência, ainda no período eleitoral. "Ele vai perder crédito se não cumprir a promessa."
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