Os protestos deixaram os partidos e sindicatos de lado e pediram melhorias na educação
© Marcelo Rocha / Mídia Ninja |
A manifestação contra os cortes na Educação, a reforma da Previdência e o governo Jair Bolsonaro realizada nesta quinta-feira, 30, no Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, reuniu menos gente que a anterior, no dia 15, não contou com a participação formal dos partidos de oposição e evitou o mote "Fora, Bolsonaro".
Convocada pela União Nacional dos Estudantes (UBE) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), a manifestação ocupou parte do Largo da Batata e pelo menos uma quadra da Avenida Faria Lima até as 18h30.
A principal oradora no carro de som foi a estudante Marianna Dias, presidente da UNE. "A gente avalia que a manifestação do dia 26 (pró-governo) foi significativa, mas não queremos comparar os dias 15, 26 e 30. São propostas diferentes. Não queremos briga de torcida", disse a líder estudantil ao Broadcast Político/Estadão.
Segundo Marianna, a manifestação de hoje foi "tão vitoriosa" quanto a do dia 15. A presidente da UNE disse, ainda, que o mote "Fora, Bolsonaro" por ora está fora de cogitação e o "Lula Livre" não é o centro da manifestação.
Uma das poucas parlamentares presentes, a deputada estadual Maria Isabel Noronha (PT), presidente licenciada do Sindicato dos Professores da Rede Estadual (Apeoesp), fez um discurso no qual destacou o protagonismo dos estudantes.
"O presidente não entende o valor da Educação. Por isso, tantos cortes e ataques a nós, estudantes e professores. Nós vamos mostrar a eles a importância que temos porque vamos ser a maior crise que ele vai enfrentar", disse a parlamentar em seu discurso. Além dela, estavam no carro de som o ex-presidenciável do PSOL, Guilherme Boulos, e o vereador Cláudio Fonseca (Cidadania) até as 18h30.
A adesão menor em relação à manifestação anterior já era esperada pelos organizadores, segundo revelou reportagem do Estadão publicada hoje. Entre os manifestantes, muitos usavam camisetas com a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a inscrição "Lula Livre", mas esse tema ficou fora da maioria dos discursos.
"Isso é uma manifestação dos estudantes, não precisa ter o tema do 'Lula Livre' nem a participação de partidos", disse o metalúrgico aposentado Joelson Miranda, de 63 anos, que vestia uma camiseta vermelha com a imagem de Lula e os dizeres "Lula Livre". "O Lula Livre está no rosto das pessoas, mas não é o centro do ato", afirmou a presidente da UNE.
Rio
Os manifestantes que protestam contra o governo Bolsonaro no centro do Rio de Janeiro nesta quinta-feira começaram às 18h30 a seguir das imediações da igreja da Candelária rumo à Cinelândia, caminhando pela avenida Rio Branco.
Milhares de pessoas participam do ato, que faz críticas principalmente aos cortes anunciados na educação pública. Poucos políticos participam do ato - um deles é o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ). A Polícia Militar acompanha os manifestantes, mas até as 18h30 o clima era pacífico.
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