Edmilson Oliveira, de 55 anos, tinha escapado do massacre de 2017 no complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj)
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Mas não demorou para Edvilson cair na vida do crime novamente, como lamenta o pai. Em 2018, foi detido pela polícia por tráfico mais uma vez e enviado para o Centro de Detenção Provisória Masculino. Quando na segunda-feira, 27, surgiram as primeiras notícias da nova onda de mortes, o celular do pedreiro recebeu imagens do local - e eram trágicas. Em uma fileira de corpos, seu filho era o quinto, mais distante na imagem, mas inconfundivelmente era ele. A lista oficial estava errada, asseveraram os parentes.
Nesta terça-feira, 28, Edmilson estava sentado em um dos vários bancos na entrada do Instituto Médico-Legal (IML). Aguardava a oportunidade de reconhecer o corpo do filho, chancelando o que vira na foto. "Sem dúvida, é ele, infelizmente." E o que fez com que Edvilson se tornasse uma das vítimas? Para a pergunta, o pai deu uma resposta que se repete entre os parentes dos demais detentos. "Não sei, mas ele não era de facção."
Situação contrária vivia a família de Helder Costa, de 42 anos. Detento do Compaj, seu nome apareceu em duas listas oficiais divulgadas nesta semana. Ainda assim, a irmã Kelly Katiúcia, de 33 anos, tentava se apegar à pequena chance de que, na verdade, seu irmão tivesse sido confundido. "Nada está resolvido. Vamos esperar até o último trâmite para ter certeza", disse. "Ele não tinha facção."
Sem prazo
A razão para o ataque não era o que preocupava mais Maria do Socorro Salgado, de 53 anos. Ela se angustiava em ter passado o dia todo sem saber um prazo para a liberação do corpo do irmão, Marcilei Salgado, de 41 anos - à noite, funcionários do IML informavam que não seria liberado mais ninguém até o dia seguinte, além dos 15 que já haviam sido liberados.
O nome de Marcilei estava na lista e a família já havia reconhecido o corpo. "O que queremos é só um enterro digno. A falta de respostas ágeis é uma falta de respeito com as famílias." Diferentemente de 2017, quando recebeu uma ligação de Marcilei informando que tudo estava bem com ele, Socorro logo inferiu o pior do silêncio do celular agora.
O que se repetiu em relação àquele ano foi a aquisição pelo IML de um caminhão-frigorífico para comportar tantos corpos de uma só vez. Nele, uma das vítimas era Moisés Silva. Seu primo, Daniel Machado, de 39 anos, também aguardava a permissão de sepultamento. Nos últimos dias, conta o primo, Moisés já tinha compartilhado com parentes a sensação de que alguma coisa ruim estava para acontecer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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