O presidente francês afirmou nesta quinta-feira (27) que não assinará nenhum acordo comercial com o Brasil
© Philippe Wojazer / Reuters |
A reunião bilateral estava prevista para 14h25 (horário local) desta sexta, no dia que marca o início do G20. Por volta das 11h, a assessoria de Bolsonaro informou que a agenda foi cancelada, mas não explicou os motivos.
O presidente francês afirmou nesta quinta-feira (27) que não assinará nenhum acordo comercial com o Brasil caso o presidente Jair Bolsonaro saia do acordo climático de Paris, ameaçando colocar em risco os trabalhos de negociações comerciais entre União Europeia e Mercosul.
As negociações da União Europeia com o grupo do Mercosul se intensificaram, com Bolsonaro dizendo neste mês que um acordo poderia ser assinado "logo", enquanto o grupo europeu o chamou de "prioridade número um".
Autoridades brasileiras estão em Bruxelas para negociar as tratativas comerciais com os europeus.
Além de Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, também disse estar muito preocupada com a preservação da Amazônia e que aproveitaria o G20 para "ter uma conversa clara" com Bolsonaro.
Ao chegar ao Japão, o presidente disse que não aceitará advertências de outros países após ser questionado sobre a declaração da líder alemã.
"Eles [alemães] têm a aprender muito conosco. O presidente do Brasil que está aqui não é como alguns anteriores que vieram aqui para serem advertidos por outros países. Não, a situação aqui é de respeito para com o Brasil. Não aceitaremos tratamento como no passado, de alguns casos de chefes de estado que estiveram aqui", disse, sem citar a quem se referia.
Integrante da comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para o G20, o ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) disse que ninguém tem moral para criticar a política ambiental do Brasil.
"A política de meio ambiente é totalmente injusta ao Brasil. O Brasil é um dos países que mais preserva meio ambiente no mundo. Quem tem moral para falar da preservação de meio ambiente do Brasil? Estes países que criticam? Vão procurar a sua turma", disse o ministro em Osaka, à véspera do início do encontro que reúne líderes das 20 maiores economias.
Heleno disse ainda "não ter nenhuma dúvida" de que o pedido para que o Brasil preserve o ambiente é uma estratégia para que outros países possam explorá-lo no futuro.
"Eu não tenho nenhuma dúvida. Estratégia de preservar o meio ambiente do Brasil para mais tarde explorarem. Está cheio de ONG por trás deles, ONG sabidamente a serviço de governos estrangeiros. Vocês têm que ler mais um pouco sobre isso, viu? Vocês estão muito mal informados", disse a jornalistas na porta do hotel em que a comitiva de Bolsonaro está hospedada.
Agora, Bolsonaro terá entre seus compromissos seis encontros bilaterais: Donald Trump (EUA), Xi Jinping (China), Shinzo Abe (Japão), Lee Hsien-Loong (Cingapura), Narendra Modi (Índia) e Mohammed bin Salman (Arábia Saudita).
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