As companhias continuam fazendo muito pouco para que a igualdade de gênero aconteça
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"Todo mundo tem falado mais a respeito, mas há pouca mobilização das empresas em torno do tema", afirma Luciana Staciarini Batista, sócia da consultoria. A pesquisa ouviu mil profissionais de grandes companhias no primeiro trimestre deste ano. A seguir, trechos da entrevista.
O que mudou da pesquisa de 2013 para a este ano?
Há seis anos exploramos o tópico porque há poucas mulheres em posições de liderança. Menos de 5% dos CEOs e presidentes de conselho são mulheres. Esse número não se mexeu, mas constatamos que o discurso evoluiu. Neste ano, 82% das mulheres enxergam que a igualdade de gênero tem de ser uma das prioridades da organização, ante 71% em 2013. É bastante relevante o avanço. Mas menos da metade de homens e mulheres consultados acham que as empresas colocaram os recursos necessários para terem iniciativas em torno da igualdade de gênero.
Qual seria o fator que impede que essa conscientização se transforme em ações práticas?
A liderança da empresa tem de se comprometer com esse propósito pessoalmente. É normal conversarmos com o principal executivo da companhia, que na maioria das vezes é um homem, e ele dizer que esse é um tema prioritário. Mas (nos) manda conversar com o departamento de recursos humanos a respeito. Esse não deveria ser um tema delegável.
Que tipo de ação deve ser feita para acelerar a igualdade de gênero nas empresas?
Temos algumas recomendações, como fazer um diagnóstico profundo sobre onde está a perda de mulheres nos quadros corporativos e fazer com que a liderança se comprometa com os resultados. Outra recomendação seria combater os vieses que sistematicamente existem ao longo do recrutamento e seleção. Além disso, implementar políticas, como horários mais flexíveis, para que a mulher consiga conciliar família e trabalho. Finalmente, é preciso construir uma cultura inclusiva, colocando a diversidade no propósito da empresa.
A igualdade de gênero tem impacto no resultado da empresa?
Sim, sem dúvida, há vários estudos que mostram isso. Um estudo da OIT (Organização Internacional do Trabalho) indica que empresas que monitoram esse impacto já têm o aumento de 5% a 20% nos lucros.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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