Os investimentos feitos nos últimos cinco anos adequam unidades a novas exigências do mercado nacional
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O resultado esperado é a redução dos custos de produção por meio do aumento na eficiência produtiva.
De acordo com pesquisa feita pela KPMG em parceria com a agência Autodata, estabelecer os padrões de manufatura 4.0 é a prioridade das montadoras, com 42,6% das citações. Foram ouvidos 256 executivos do setor.
O resultado do estudo é comprovado pela manutenção de planos definidos há cinco ou seis anos, época em que a produção local chegou a 3,7 milhões de veículos, recorde registrado em 2013.
Contudo, a crise fez o setor encolher: em 2016, a fabricação caiu para 2,2 milhões de unidades, e só não foi pior na época devido às exportações.
Mas o setor avaliou que congelar investimentos não é solução. De acordo com a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), a migração para o conceito 4.0 irá gerar redução de R$ 73 bilhões ao ano nos custos industriais.
As primeiras a investir em fábricas tecnológicas foram as montadoras que chegaram por último, operando em sistema CKD. Esse modo de produção consiste em importar toda a carroceria e a parte mecânica de um carro. As peças são encaixadas no país de destino dos componentes.
Inaugurada em 2016, a unidade da Jaguar Land Rover em Itatiaia (RJ) opera nesse sistema. É uma das mais atualizadas da marca inglesa.
"Talvez seja a nossa fábrica mais moderna. Quem entra lá fica de queixo caído", afirma Paulo Manzano, diretor de marketing da Jaguar Land Rover no Brasil.
Atualmente, a unidade produz apenas o Discovery Sport e está com capacidade ociosa: 3.000 veículos devem ser montados em 2019, mas é possível fazer 24 mil.
Apesar do baixo volume, Manzano afirma que não há arrependimento. "Naquele momento, produzir no país era a decisão certa a ser tomada", diz o executivo, que aguarda a melhora na economia.
Quem não tem motivo para se arrepender é o grupo FCA Fiat Chrysler. A empresa investiu R$ 7 bilhões na construção da fábrica de Goiana (PE), inaugurada em 2015. A unidade produz os modelos Compass e Renegade, da marca Jeep, além da picape Fiat Toro. Somados, tiveram 165 mil unidades emplacadas em 2018.
A linha de produção pernambucana é a mais adaptada aos preceitos de manufatura 4.0 entre as plantas do grupo. O padrão de automação Cars, desenvolvido pela Siemens, permite que os automóveis nacionais tenham o mesmo nível de suas versões feitas nos EUA e na Itália.
Além disso, há boa rentabilidade: o modelo mais em conta custa R$ 80 mil (Renegade Sport 1.8 MT).As veteranas também evoluíram. A General Motors investiu R$ 1,2 bilhão em São Caetano do Sul (SP), onde produz automóveis nacionais desde os anos 1960.
A unidade recebeu prensas atualizadas e um novo sistema de montagem do motor e da transmissão. Até o transporte de veículos na linha de produção foi atualizado.
Na Volkswagen, a novidade é o Laboratório de Protótipo Virtual, que foi inaugurado neste mês na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). O equipamento permite visualizar e modificar virtualmente peças de carros que ainda serão lançados.
O segmento de caminhões segue o mesmo caminho de modernização. A Scania vai investir R$ 1,4 bilhão na sua fábrica entre 2021 e 2024 e aposta na melhora da operação logística para reduzir custos e diminuir as emissões de gás carbônico.
A empresa tem feito estudos por meio do laboratório SLL (Scania Latin Logistics Lab). As soluções valem tanto para a planta de São Bernardo como para seus clientes.
Também localizada em São Bernardo, a fábrica de veículos pesados da Mercedes-Benz recebeu investimento de R$ 500 milhões entre 2015 e 2018. Há um novo prédio para a montagem, adequado às necessidades da indústria 4.0.
Todas essas ações são feitas com a esperança de que o mercado se aproxime das 4 milhões de unidades vendidas ou exportadas. Para a Fenabrave, que representa os distribuidores de veículos, isso deve ocorrer entre 2024 e 2025.
EMPRESAS CONSTROEM E MODERNIZAM UNIDADES NO BRASIL
Investimentos feitos nos últimos cinco anos adequam unidades a novas exigências do mercado nacional.
FCA Fiat Chrysler investiu R$ 7 bilhões em fábricas. Empresa investe mais R$ 16 bilhões até 2023 nas unidades de Betim (MG) e Goiana (PE).
Volkswagen investiu R$ 7 bilhões em fábricas. Montadora prepara novo ciclo de investimentos para período de 2021 a 2015.
General Motors investiu R$ 4,5 bilhões em fábricas. Empresa prevê investir mais R$ 10 bilhões até 2014 nas unidades de produção instaladas em São Paulo.
Toyota investiu R$ 1,6 bilhão em fábricas. Investe R$ 1 bilhão em Indaiatuba (SP) até 2020.
Honda investiu R$ 1 bilhão em fábricas. Até 2021, serão aplicados R$ 500 milhões na fábrica de motocicletas (Manaus).
Jaguar Land Rover investiu R$ 750 milhões em fábricas. Empresa aguarda retomada do mercado para definir novas aplicações.
Mercedes-Benz investiu R$ 700 milhões em fábricas. Aplica mais R$ 2,4 bilhões em um ciclo que vai até 2022.
BMW investiu R$ 600 milhões em fábricas. Montadora está investindo R$ 125 milhões para produzir em Santa Catarina o novo sedã Série 3 e R$ 9 milhões na linha de produção de motos, em Manaus.
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