A moeda americana atingiu o maior patamar em relação ao real desde setembro de 2018, antes das eleições presidenciais
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A trégua na guerra comercial e o crescimento econômico do Brasil acima do que o esperado pelo mercado animou investidores nesta quinta-feira (29) e levou o Ibovespa a retomar os 100 mil pontos.
O dólar, por sua vez, teve alta de 0,43%, a R$ 4,1720, na esteira de valorização internacional da moeda americana, especialmente frente às divisas emergentes, e da crise argentina. Este é o maior patamar do dólar em relação ao real desde setembro de 2018, antes das eleições presidenciais.
Com o temor de uma desaceleração global e dos efeitos da guerra comercial, investidores migram seus investimentos para a moeda americana, um dos ativos mais seguros do mundo. Com o aumento da demanda por dólar, o real se desvaloriza.
"O dólar, por mais notícias positivas que tivermos internamente, deve seguir pressionado. A moeda americana está muito demandada e emergentes se desvalorizam", afirma Rodrigo Franchini, sócio e head de produtos da Monte Bravo.
Esta quinta teve o último dia de intervenções do Banco Central no mercado para trocar US$ 3,8 bilhões em swaps cambiais por moeda à vista. Operações semelhantes serão feitas em setembro.
Apesar da depreciação, o real teve um dos melhores desemprenho dentre os emergentes no pregão. A pior das moedas foi o peso argentino, que se desvalorizou 0,76%. No momento, um dólar equivale a 57,88 pesos.
A Argentina declarou moratória na noite de quarta (28) de parte de sua dívida de curto prazo. O país vai ainda renegociar as de médio e longo prazos, inclusive a parcela referente a empréstimos com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que somam US$ 57 bilhões.
Nesta quinta, a Bolsa argentina destoou do cenário externo e caiu 5,79%, no menor patamar desde setembro de 2017. Já a Bolsa brasileira subiu 2,37%, a 100.524 pontos, maior patamar em mais de duas semanas. O giro financeiro foi de R$ 17,655 bilhões, acima da média diária para o ano.
O índice refletiu o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, que avançou 0,4% no segundo trimestre de 2019 em relação aos três primeiros meses do ano, dobro do previsto por economistas. Na comparação com o segundo trimestre de 2018, a alta foi de 1%.
"Esse crescimento de 0,4% não significa uma mudança na economia, falta muito ainda. É pequeno alento, de curtíssimo prazo. Veremos alta de um, dois dias da Bolsa, mas depois teremos reversão e correção de preço", afirma Franchini.
A notícia positiva se somou a um cenário externo favorável, em que China e Estados Unidos deram novas sinalizações de trégua. O presidente americano Donald Trump declarou que há uma conversa marcada entre os países nesta quinta, para negociação de um acordo comercial, o que levou as principais Bolsas globais fecharam em fortes altas.
Em Nova York, os índices Dow Jones e S&P 500 subiram 1,25% e 1,27%, respectivamente. Nasdaq teve alta de 1,48%. Londres subiu 0,98%, e Frankfurt, 1,18% cada. Paris também avançou, a 1,51%.
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