O presidente confirmou que ligará para a chanceler alemã, Angela Merkel
© REUTERS/Fabrizio Bensch |
A Alemanha é um dos países integrantes do G7, grupo formado pelas nações mais industrializadas do mundo, que tem ainda Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Em reunião segunda-feira (26), em Biarritz, na França, os líderes do G7 concordaram em liberar US$ 20 milhões (cerca de R$ 83 milhões) para ajudar a conter as queimadas, sendo a maior parte do dinheiro para o envio de aeronaves de combate a incêndios.
O Brasil, entretanto, ainda não confirmou se vai aceitar a ajuda. O anúncio da liberação dos recursos foi feito pelo presidente da França, Emmanuel Macron. Na ocasião, Macron declarou que os incêndios na Amazônia são uma emergência global e disse que pode não ratificar o acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia e acusou o presidente brasileiro de mentir sobre o seu real comprometimento com a preservação ambiental. O presidente francês também levantou a possibilidade de construir um novo direito internacional para o meio ambiente e estabelecer um status internacional para a Amazônia.
A Alemanha, junto com a Noruega, é o maior doador de recursos para Fundo Amazônia, programa de cooperação internacional para a preservação ambiental na região. No início do mês, os dois países suspenderam os repasses após a divulgação das taxas de desmatamento na Amazônia Legal.
Em diversas ocasiões, o presidente Bolsonaro afirmou que essas doações eram formas de “comprar a Amazônia à prestação” e ferir a soberania nacional no controle da região. Mas hoje disse que está disposto a conversar com Merkel sobre o assunto e receber os recursos, desde que o Brasil tenha o controle de onde ele será aplicado. “Nós queremos saber para onde vai essa grana. Geralmente, vai em parte para ongueiros [organizações não-governamentais], que não tem retorno nenhum. Em parte vai para boas coisas, compra de material, mas é muita grana para pouca preservação”, disse o presidente.
De acordo com ele, o projeto de exploração mineral da Amazônia está sendo construído pelo Ministério de Minas e Energia e “vai acontecer”. Bolsonaro também voltou a repetir que não vai demarcar mais terras indígenas no país e que pretender rever antigas demarcações. “Decisão minha, não tem mais reserva indígena no Brasil, muito pelo contrário, vamos rever as que foram demarcadas com laudo, com muita suspeição de fraudes no passado. Se houver irregularidade, não é inconstitucional”, afirmou.
Com informações da Agência Brasil
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