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quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Presidente do Paraguai alvo de processo de impeachment: 'Aceito a luta'

A razão apontada para o impeachment são os termos de um acordo fechado com o Brasil

© Reuters/Jorge Adorno

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, disse que "aceita a luta" após a oposição anunciar  nesta quarta-feira (31), que entrará com pedido de impeachment contra ele e seu vice. 


A razão apontada para o impeachment são os termos de um acordo fechado com o Brasil sobre a distribuição da energia da usina de Itaipu, operada pelos dois países. Os opositores consideram que o acerto é desvantajoso para o Paraguai e que representa uma "traição à pátria".
A oposição paraguaia fará reuniões na manhã desta quarta-feira (1º). Haverá uma sessão  na Câmara dos Deputados para tratar do tema durante a tarde. Para que haja o início do processo, é preciso obter 53 votos, de um total de 80 representantes.
Se aprovado, o pedido segue para o Senado, onde precisará de 30 votos para que a destituição seja confirmada. A Casa possui 45 senadores. Segundo o jornal Hoy, debate-se a possibilidade de a votação no Senado ocorrer já no sábado (3).
Em caso de impedimento do presidente e do vice, assume o presidente do Senado, Blas Antonio Llano Ramos, do Partido Liberal Radical Autêntico, rival do Partido Colorado, legenda do presidente. 
Abdo, 46, tomou posse como presidente em agosto de 2018, para um mandato de cinco anos. Marito, como é chamado, é ligado ao setor mais conservador de seu partido, Seu pai foi secretário pessoal do ditador Alfredo Stroessner, que governou de 1954 a 1989.
Itaipu A oposição paraguaia questiona um acordo assinado pelo governo de Abdo, que estabelece um cronograma para a compra de energia gerada pela hidrelétrica binacional Itaipu até o ano de 2022. 
O acordo -fechado em maio, mas conhecido publicamente apenas na semana passada- elevará os custos para a empresa estatal de eletricidade do Paraguai em mais de US$ 200 milhões, segundo legisladores e o ex-diretor da entidade. 
A abertura do processo foi garantida pela adesão, na noite de quarta, do Honra Colorada, movimento dissidente liderado pelo ex-presidente Horacio Cartes -as siglas da oposição, como o Partido Liberal Radical Autêntico, o Partido Encontro Nacional e outros, reuniam apenas 38 votos. 
Nesta segunda (29), o chanceler do Paraguai, Luis Castiglioni, e outros três altos funcionários do governo renunciaram, após o Executivo paraguaio pedir a anulação de ata assinada com o Brasil em maio e publicada neste final de semana.
Além de Castiglioni, renunciaram Alcides Jiménez, que havia assumido o cargo de chefe da companhia estatal de energia Ande há poucos dias; Hugo Saguier, embaixador do Paraguai no Brasil; e José Alderete, diretor paraguaio de Itaipu.
Diante da escalada da crise no Paraguai, o presidente Jair Bolsonaro prometeu nesta quarta-feira (31) ajudar seu contraparte e "fazer justiça" com o país vizinho. "Nosso relacionamento com o Paraguai é excepcional, excelente. Estamos dispostos a fazer justiça nesta questão de Itaipu binacional que lá é importantíssima para o Paraguai e importante para nós", disse Bolsonaro. 
"Ontem [terça] eu conversei com o [general Joaquim] Silva e Luna, o presidente da parte brasileira de Itaipu. Estamos resolvendo este assunto. Pode deixar que o Marito vai ser reconhecido pelo bom trabalho que está fazendo no Paraguai", acrescentou.
ENTENDA O CASO
26.fev O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna, toma posse e afirma querer trabalhar por uma tarifa de luz mais baixa.
11.mar O ministro da Fazenda do Paraguai, Benigno López, diz esperar que as conversas acerca da renegociação do tratado de energia da hidrelétrica de Itaipu deem origem a um acordo justo e rápido.
12.mar O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, se encontra com Jair Bolsonaro para discutir a revisão de cláusulas financeiras
Maio Ata com termos negociados é assinada, mas não é divulgada publicamente.
24.jul Pedro Ferreira, presidente da Administração Nacional de Eletricidade (Ande), renuncia após discordar dos termos e se recusar a assinar acordo.
29.jul O chanceler Alberto Castiglioni e outras altas autoridades do governo paraguaio renunciam.
31.jul Antonio Rivas assume a Chancelaria paraguaia com a missão de resolver a crise com o Brasil;  partidos de oposição anunciam pedido de impeachment contra Abdo Benítez e Velázquez
2.ago Deve desembarcar no Brasil uma delegação paraguaia para pedir que o Brasil anule os termos da ata diplomática  .

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