O mundo político reagiu à morte do ex-presidente Jacques Chirac, lembrando um "grande homem de Estado" e um político que personificava "uma França fiel aos valores universais"
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O mundo político francês e internacional reagiu hoje à morte do ex-presidente Jacques Chirac, lembrando um "grande homem de Estado" e um político que personificava "uma França fiel aos valores universais". Jacques Chirac, que assumiu a presidência francesa entre 1995 e 2007, morreu hoje aos 86 anos. O antigo chefe de Estado estava doente há vários anos e por conta disso havia se afastado da vida pública.
"É uma parte da minha vida que desaparece hoje", declarou o ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy (2007-2012), expressando uma "profunda tristeza" perante a morte de Chirac.
"Personificou uma França fiel aos seus valores universais e ao seu papel histórico" e "nunca cedeu da nossa independência, e ao mesmo tempo do nosso profundo compromisso europeu", destacou Sarkozy, que foi o sucessor de Chirac na liderança do Eliseu (sede da Presidência francesa). Na mesma declaração, Nicolas Sarkozy mencionou "a estatura imponente e a voz singular de Jacques Chirac", político que esteve presente "na vida política francesa durante meio século".
Partidos, ministros, ex-ministros e antigos primeiros-ministros de vários quadrantes da cena política francesa também têm nas últimas horas prestado a sua homenagem a Chirac. Um deles foi o antigo primeiro-ministro Alain Juppé (1995-1997). "Durante mais de 40 anos, vivi com Jacques Chirac uma relação excecional de lealdade, confiança e amizade recíproca, que não era apenas política, mas também pessoal", disse Juppé.
Momentos antes, Pierre Jouvet, porta-voz dos socialistas franceses, afirmava que com a morte de Chirac "virava-se uma página da História de França", saudando "a memória de um grande presidente da República". "Profundamente gaullista, seduziu os franceses com uma simpatia que se tornou a sua imagem de marca, bem como o seu melhor patrimônio", prosseguiu o porta-voz socialista, concluindo: "Apesar da discordância com a sua política nacional, ele sempre foi uma muralha face às teses de extrema-direita".
O anúncio da morte de Chirac foi recebido hoje de manhã com consternação na câmara baixa do Parlamento francês, segundo relataram as agências internacionais, com os parlamentares da Assembleia Nacional fazendo um minuto de silêncio.
A imprensa francesa adiantou que o presidente francês, Emmanuel Macron, fará uma intervenção de homenagem a Chirac às 20:00 locais (15:00 hora de Brasília).
As reações de líderes internacionais à morte de Chirac também se têm multiplicado nas últimas horas.A chanceler alemã, Angela Merkel, reconheceu Jacques Chirac como um político que foi "um parceiro e um amigo formidável" para todos os alemães. "Estou muito triste com o anúncio da morte de Jacques Chirac", escreveu na rede social Twitter Angela Merkel, que conviveu de perto com o antigo Presidente francês durante os seus dois primeiros anos na chancelaria alemã, entre 2005 e 2007.
Antes de Merkel, o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, já tinha recordado Chirac como "um grande homem de Estado e europeu".
Também no Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão lembrou o "não" que Chirac deu à guerra no Iraque, em 2003, e a sua vontade de assumir a responsabilidade do "Regime de Vichy [que colaborou com o exército invasor alemão] e dos colaboradores franceses nos crimes nazistas".
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, recordou Chirac como "um líder sagaz e visionário", referindo, num comunicado, que o político francês "conquistou o respeito merecido dos compatriotas e uma alta autoridade internacional" e que "sempre defendeu os interesses" de França. Recentemente, Putin afirmou que Chirac foi o líder estrangeiro que mais o tinha impressionado ao longo da sua carreira política.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, declarou, por sua vez, que Chirac foi "um líder político formidável, que moldou o destino da nação [francesa] durante uma longa carreira de 40 anos". "Toda a França sentirá a perda, em todas as gerações", reforçou Boris Johnson, numa mensagem no Twitter.
O chefe do Governo libanês, Saad Hariri, prestou igualmente a sua homenagem a Jacques Chirac, considerando o político como "um dos grandes homens" que França conheceu.
O ex-presidente do Governo espanhol, José María Aznar, recordou o antigo presidente como "provavelmente o último grande clássico da política francesa".
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou uma mensagem a Emmanuel Macron, "transmitindo à França e aos franceses sentidas condolências pelo falecimento de Jacques Chirac (...) e lembrando que ele "foi sempre muito caloroso com as comunidades portuguesas na França, quer como 'maire' de Paris, quer como primeiro-ministro e Presidente da República Francesa".
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