O artista de 75 anos, um dos maiores pianistas do mundo, teve uma fratura no úmero, osso do braço que liga o ombro ao cotovelo
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O pianista Nelson Freire, que fraturou um osso do braço direito esta semana, passou por uma cirurgia bem-sucedida. Ele foi submetido a uma artroplastia do ombro, em que é feita a substituição da articulação, e deve ter alta no próximo domingo (3) ou segunda (4).
A cirurgia foi realizada na noite de quinta (31) pelo Dr. Geraldo Motta, no Hospital Copa D'Or, no Rio de Janeiro. A previsão de recuperação é de três meses.
Freire caiu na manhã da última terça (30), no calçadão da Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense, onde o músico costuma caminhar quando está na cidade. O artista de 75 anos, um dos maiores pianistas do mundo, teve uma fratura no úmero, osso do braço que liga o ombro ao cotovelo.
A queda se deu após um tropeço em pedras portuguesas soltas do calçamento. Uma senhora que vinha atrás do pianista acabou tropeçando no mesmo lugar. Freire foi socorrido por salva-vidas da área e depois levado para a emergência do Hospital Samaritano com escoriações.
Por conta do acidente, o pianista cancelou seus próximos recitais. Ele se apresentaria nos dias 5 e 6 na Sala São Paulo, na capital paulista, dentro da programação da Cultura Artística, e, em seguida, no dia 10, em Goiânia e, no dia 16, no Rio de Janeiro, com a Orquestra Petrobras Sinfônica no Theatro Municipal.
Foram canceladas as apresentações em Girona, na Espanha, e em Elmau, na Alemanha, no fim de novembro, e em Londres, Amsterdam, Lyon, e São Petersburgo, onde faria, em 23/12, concerto com a Orquestra do Teatro Mariinski, sob regência de Valéry Gergiev.
Fraturas de úmero, e em outros ossos, costumam ser mais comuns em idosos por conta da osteoporose, de dificuldade em manter o equilíbrio e por fraqueza muscular. No passado, essas fraturas eram muito mais complicadas de se tratar, a tendência era usar o tratamento conservador, imobilização com gesso, e nem sempre a consolidação do osso se dava na melhor das posições, diz Moisés Cohen, ortopedista e professor titular da Unifesp.
Atualmente, com as cirurgias, a ideia é estabilizar fragmentos e alinhar o osso, para aí recuperar a movimentação, afirma, o que demanda um trabalho cuidadoso. "Se ficar uma deformidade, com um osso mal consolidado, a pessoa vai fazer tudo, mas especificamente no caso de um pianista profissional pode ser que haja incômodo para alcançar as teclas mais distantes", diz Cohen.
O calçamento da orla na Barra da Tijuca é de responsabilidade da subsecretaria de Conservação da Prefeitura do Rio de Janeiro, que faz parte da Secretaria de Infraestrutura e Habitação.
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