Descubra cinco partes da anatomia humana que até recentemente não sabíamos que existiam, e tampouco para o que serviam. Curioso?
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Descubra cinco partes da anatomia humana que até recentemente não sabíamos que existiam, e tampouco para que serviam.
Começamos com duas estruturas que foram anunciadas como novos órgãos, conforme publicação da BBC News, embora essa denominação tenha gerado debate entre a comunidade médica.
1. O interstício
O interstício é o ‘órgão’ mais recente a ser descoberto. Trata-se de uma rede de cavidades de colágeno e elastina, repleta de líquido, presente dentro e entre os tecidos do corpo humano.
Foi identificado por uma equipe de patologistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova Iorque (NYU), nos Estados Unidos, graças aos avanços tecnológicos da endomicroscopia ao vivo, que mostra em tempo real a histologia e estrutura dos tecidos. A pesquisa foi publicada em março de 2018.
Trata-se de uma ‘estrutura’ conectiva que se estende por todo o corpo e pode ser nada menos do que um dos maiores órgãos do corpo humano.
Estes tecidos estão localizados por baixo da pele, recobrem o tubo digestivo, os pulmões e o sistema urinário, rodeiam as artérias, veias e fáscias (estrutura fibrosa onde se fixam músculos).
Os cientistas têm várias teorias sobre a sua função. Acreditam que pode ser importante para explicar a metástase do câncer, o edema, a fibrose e o funcionamento mecânico de tecidos e órgãos do corpo humano.
Pode atuar também como um amortecedor para impedir que os tecidos do corpo se rompam com o funcionamento diário — que faz com que os órgãos, músculos e vasos sanguíneos se contraiam e se expandam constantemente.
Além disso, acreditam que essa rede de cavidades funciona como uma via expressa para a movimentação dos fluidos.
Alguns especialistas, no entanto, não o consideram um órgão. Mas reconhecem que isso não diminui necessariamente sua importância.
2. O mesentério
Curiosamente, a primeira menção ao mesentério foi feita por Leonardo Da Vinci no século XVI, mas permaneceu praticamente ignorada pelos médicos por 500 anos.
Em janeiro de 2018, uma equipe do University Hospital Limerick, na Irlanda, declarou que se tratava de um órgão único e contínuo no centro do nosso sistema digestivo.
É uma dobra dupla do peritônio — como é chamado o revestimento da cavidade abdominal — que une o intestino à parede do abdomen e permite que este permaneça no lugar.
Os cientistas ainda não sabem muito a respeito das suas funções, além de proporcionar sustentação e permitir a irrigação sanguínea às vísceras.
Mas é considerado vital e tem uma estrutura contínua, característica necessária para ser considerado um órgão, conforme explicou J. Calvin Coffey, líder da pesquisa.
3. Vasos linfáticos do cérebro
Pesquisadores da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, se depararam com estruturas vasculares misteriosas quando estudavam a meninge, membrana entre o cérebro e o crânio que envolve o sistema nervoso central.
Lá, encontraram inúmeras células de defesa num local onde não deveriam existir, uma vez que, até então, a ideia era que o cérebro não estava conectado ao sistema imunológico.
Após uma investigação mais aprofundada, se deram conta de que algumas dessas células de defesa estavam dentro de estruturas vasculares que conectavam o cérebro ao sistema imunológico.
Descoberta que levou a um segundo estudo revelador. Essas células de defesa, que até então não sabíamos que existiam, afetam as funções do cérebro e a maneira como socializamos.
A descoberta, feita em 2016, permitirá estudar doenças mentais, como o Alzheimer, do ponto de vista do sistema imunológico ou do processo de envelhecimento, entre muitas outras coisas.
4. O ligamento anterolateral
Em 2013, dois cirurgiões na Bélgica conseguiram identificar um ligamento do joelho, chamado ligamento anterolateral— até então, apenas se suspeitava da sua existência.
O médico Steven Claes e o professor Johan Belleman, dos hospitais universitários de Leuven, na Bélgica, detectaram que esse ligamento anterolateral (agora conhecido como LAL) poderia desempenhar um papel protetor importante quando nos viramos ou mudamos de direção.
Os médicos anunciaram que haviam conseguido mapear com exatidão o ligamento, que vai do lado mais externo do osso da coxa (femur) até a tíbia.
A presença desse ligamento ajuda a entender melhor uma lesão comum entre os desportistas que há muito intriga os médicos: a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA), segundo os cirurgiões.
5. Camada de Dua
Também em 2013, foi descoberto um componente do olho até então desconhecido.
A ciência acreditava que a córnea era composta por cinco camadas, mas identificaram a existência de uma sexta com apenas 0,001 milímetros de espessura.
A camada foi denominada de Dua, em homenagem ao professor Harminder Dua que fez a descoberta, da Universidade de Nottingham, no Reino Unido.
O acadêmico detectou a presença da nova camada ao estudar córneas doadas para pesquisa, injetando cuidadosamente bolhas de ar para separar meticulosamente cada camada.
Por meio de um microscópio eletrônico, foi capaz de diferenciar uma da outra.
Há muitas doenças que afetam a parte de trás da córnea e que os médicos já estão associando à presença, ausência ou lacerações dessa camada, informou o professor Dua à imprensa britânica.
A descoberta serve sobretudo para ajudar a tornar as cirurgias oculares mais simples e eficazes.
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