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"O desastre que aconteceu aqui nesta terça-feira inundaria Paris, Nova York, Boston, qualquer cidade do mundo. [...] Foi o maior desastre da história da cidade" afirmou o prefeito em entrevista à imprensa no início da tarde desta quarta-feira (29).
As chuvas na capital deixaram um saldo de 13 mortes, sobretudo nos bairros Engenho Nogueira e Vila Bernadete –no estado, até o começo da tarde desta quarta, foram 54. A prefeitura já acolheu 300 pessoas e 233 foram encaminhadas para pousadas.
De acordo com Kalil, a prioridade da prefeitura no momento é desobstruir as vias e fazer a rotina dos moradores retornar à normalidade: "Estamos limpando o estrago".
A prefeitura informou que vai aumentar contingente de trabalhadores e máquinas que vão atuar na limpeza e em reparos nas vias. O número de homens trabalhando na rua vai passar de 1,2 mil para 1,4 mil pessoas e o de máquinas de 75 para 150.
O prefeito evitou falar sobre ações voltadas para prevenção de desastres e em possíveis obras para evitar que novos danos aconteçam no futuro.
Por outro lado, afirmou que os danos causados pelas chuvas foram uma resposta a "empresários gananciosos" que criticaram o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano que foi aprovado em sua gestão.
"A resposta veio na porta da casa deles, no bairro chique e luxuoso de Belo Horizonte", disse o prefeito.
O Plano Diretor, que entra em vigor na próxima terça, foi aprovado em junho do ano passado em meio a uma quadra de braço entre prefeitura e empresariado da capital mineira.
O plano prevê ampliação das áreas permeáveis nas construções dos prédios e reduz o potencial construtivo em determinadas áreas da cidade. O documento possui um capítulo sobre o tratamento de vales de rios em Belo Horizonte.
A canalização dos rios urbanos de Belo Horizonte, feita em gestões anteriores, entrou no centro do debate sobre o planejamento urbano da cidade após imagens dos jatos de água explodindo no canteiro central da Avenida Andradas, no centro da capital, terem virilizado nas redes sociais.
Em um efeito chafariz, os jatos alcançaram uma altura de cinco metros e trouxeram preocupação sobre os riscos de quem circula pela via, erguida sob o leito do Rio Arrudas.
A prefeitura tinha projetos para canalizar novos trechos do rio das Arrudas. Após o incidente, contudo, a prefeitura anunciou na segunda-feira (27) que decidiu adiar e reestudar o fechamento e canalização do rio.
O prefeito ainda informou que está em busca de recursos que serão necessários para a reconstrução das áreas danificadas da cidade.
O governador Romeu Zema (Novo) informou que irá pagar uma dívida de R$ 200 milhões que o estado tem com a prefeitura, recursos que devem ser usados na recuperação da cidade.
Kalil cobrou a liberação de recursos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que deve ir à Belo Horizonte nesta quinta-feira (30). "Esperamos a sensibilidade do governo federal", disse o prefeito.
Mesmo com os danos causados na cidade, Kalil informou que os preparativos para a festa do Carnaval, que não envolvem dinheiro público, serão mantidos.
"O povo é obrigado a só sofrer? Vamos trazer 5 milhões de pessoas em segurança para esta cidade, esperando que até lá esta cidade esteja parcialmente recuperada", afirmou.
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