Bolsonaro diz que governadores do NE fazem política ao não aderirem à escola cívico-militar
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ao inaugurar a pedra fundamental do Colégio Militar de São Paulo, na capital paulista, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou os governadores do Nordeste por não terem aderido ao programa do governo federal para implantação de escolas cívico-militares.
"A questão político-partidária não pode estar à frente da necessidade de um país", disse Bolsonaro. Os governadores do Nordeste são, em sua maioria, de partidos de esquerda.
"Oito dos nove governadores do Nordeste não aceitaram [apenas o CE aderiu] a escola cívico-militar. Para eles, a educação vai indo muito bem, formando militantes e desinformando lamentavelmente. Aqui no Sudeste também, tivemos dois governadores que não aceitaram [RJ e ES]", disse Bolsonaro.
O presidente afirmou que os colégios militares são "comprovadamente de qualidade" e criticou a situação da educação no Brasil.
"Ironicamente falando, o Brasil chegou numa situação de educação que não pode ser ultrapassada por mais ninguém. Por quê? Já estamos no último lugar", afirmou ao comentar o resultado do Pisa, avaliação mundial de educação, feita em 2018.
O presidente disse ainda que seu governo vai melhorar a posição do país na próxima avaliação, em 2021. Ele estava acompanhado do ministro da Educação, Abraham Weintraub, na cerimônia.
O Colégio Militar de São Paulo será construído no Campo de Marte e tem inauguração prevista para o final de 2022. Enquanto as obras acontecem, o colégio funcionará em local próximo, na zona norte de São Paulo. Os primeiros alunos, do sexto ano, começam a ter aulas neste ano.
Segundo Bolsonaro, o colégio está aberto a todos e a seleção dos alunos será meritocrática.
"Filhos de militares e civis, ricos e pobres, brancos, afrodescendentes e amarelos. Aqui terá espaço para todos. Eu só peço a Deus que tenha força, de modo que o critério para adentrar o Colégio Militar seja a meritocracia. Porque todos nós somos iguais, não interessa a cor da nossa pele, a religião, seja lá o que for a questão social também", discursou.
Bolsonaro também falou que voltará para inauguração ao lado do general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército.
Debaixo de chuva forte, houve uma bênção católica para o início das obras. José de Anchieta foi declarado padroeiro do colégio.
O presidente chegou acompanhado dos filhos, o deputado Eduardo (SP) e o senador Flávio (RJ), além de ministros, como Ricardo Salles (Meio Ambiente). A secretária de Cultura, Regina Duarte, e o irmão de Bolsonaro, Renato, também estavam presentes.
Paulo Skaf, presidente da Fiesp, também participou da inauguração. A entidade pagou pelo projeto de construção do Colégio Militar.
Bolsonaro afirmou que, um ano antes de sua eleição, se reuniu com empresários paulistas que endossaram sua candidatura e se mostraram dispostos a fazer doações. O presidente narrou que pediu a eles dinheiro após as eleições, para construir o Colégio Militar de São Paulo.
"Temos em grande parte o necessário para a construção desse colégio previsto no Orçamento, mas se algo precisar não deixaremos de nos socorrer dos empresários de São Paulo", disse.
Em seguida, Bolsonaro participou de cerimônia com os alunos do sexto ano do Colégio Militar de São Paulo, em Santana, onde a escola vai funcionar de forma provisória. Também em São Paulo, Bolsonaro irá a almoço na Fiesp e dará entrevista na TV Bandeirantes.
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