O tribunal espanhol concluiu o processo que enviou para que a sentença seja lida, tendo o Ministério Público reduzido o pedido inicial de oito anos de prisão
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O militar brasileiro membro da comitiva do Presidente do Brasil preso no aeroporto de Sevilha com 39 quilos de cocaína aceitou cumprir uma pena de seis anos de prisão e pagar uma multa de dois milhões de euros.
De acordo com a agência Efe, o tribunal concluiu o processo que enviou para que a sentença seja lida, tendo o Ministério Público reduzido o pedido inicial de oito anos de prisão e uma multa de quatro milhões de euros, depois de o sargento brasileiro ter reconhecido as ilegalidades cometidas e ter se mostrado "profundamente arrependido".
A polícia espanhola deteve em 26 de junho de 2019 no aeroporto de Sevilha o militar brasileiro membro da comitiva à cimeira do G20 no Japão do Presidente Jair Bolsonaro, depois de apreender 39 quilos de cocaína na sua bagagem.
O representante do Ministério Público salientou que considerou o acusado "sincero" e a defesa do militar concordou com a alteração da acusação e a correspondente redução da pena solicitada.
Em frente ao juiz, o sargento admitiu que levava a cocaína na sua bagagem e que a droga lhe tinha sido entregue no Brasil.
"A pessoa que me entregou me disse que o seu destino era a Suíça e que eu deveria introduzi-la na Europa", explicou o acusado, acrescentando que tinha por missão ir a um shopping"por volta das três ou quatro horas da tarde", no dia 25 de junho de 2019, para dar a cocaína a outro homem que não conhecia.
"Eu tinha de ir com roupa camuflada e uma camisa verde, e a outra pessoa iria identificar-me através de uma fotografia", afirmou, citado pela Efe.
Segundo o militar, que também está sendo alvo de um processo de expulsão por parte do exército brasileiro, foi "a primeira e única vez na vida" que "fez de forma equivocada uma coisa destas".
"Passava por dificuldades econômicas. Estou no Exército há 20 anos e nunca tive nenhum caso, mas um militar no Brasil não tem um bom salário. Sempre compro coisas nas minhas viagens, como celulares, e vendo para ganhar algo extra", disse.
Os guardas civis que apreenderam a droga também estiveram no tribunal e concordaram que o acusado lhes explicou na ocasião que a substância "era queijo", tendo aberto as suas bagagens porque "é proibido introduzir alimentos de origem animal de países não comunitários", acrescentando que os "tijolos" que continham as drogas estavam "empilhados como se fosse uma enciclopédia".
"Estou profundamente arrependido. Peço ao Estado e ao povo espanhol que me perdoem por trazer isso para o seu país", disse o militar, que concordou que "o castigo é justo" e que depois de cumprir a pena irá voltar ao seu país para estar com a família e tentar encontrar um novo emprego.
A cocaína, 80% pura e avaliada em 1,4 milhões de euros (quase R$ 7 milhões), foi interceptada num controle feito à bagagem do militar de 39 anos que pertencia a uma equipe da comitiva que acompanhava Jair Bolsonaro.
Na ocasião, a detenção levou o Governo brasileiro a mudar a escala do avião do Presidente, que deveria ser feita também em Sevilha, para Lisboa. O Presidente brasileiro ia a caminho de Osaka, no Japão, onde se realizou uma reunião do G20 (abreviatura para grupo dos 20), as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.
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