Após o crime, Cantuária fugiu para a Espanha e depois para a França, onde foi preso em agosto de 2017.
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Justiça negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa pelo músico Valterson Ferreira Cantuária, conhecido como Tody Cantuária, que está preso desde agosto de 2017 na França, sob suspeita de participar da morte de um argentino na saída de uma boate, no Rio de Janeiro. Ele aguarda extradição para o Brasil.
A defesa do músico, que chegou a tocar no grupo Karametade, alegou que o cliente sofre constrangimento ilegal devido ao excesso de prazo para o término da instrução criminal, e que estaria correndo risco no presídio francês em que está, por haver casos de Covid-19 e por rebeliões que estariam ocorrendo por causa disso.
A 1ª Câmara Criminal do Rio, no entanto, negou o pedido de soltura de Cantuária, justificando que a demora no julgamento do réu é resultado da complexidade do processo e não da "inércia ou desídia do Juízo de 1º grau". Destacando ainda que o próprio músico contribuiu para o retardo do processo ao fugir para o exterior.
"Como já salientado, trata-se de feito com pluralidade de réus, com patronos diversos, com oitiva de testemunhas por carta rogatória e ainda, com um deles, no caso o paciente, preso na França", afirmou a relatora do processo, a desembargadora Maria Sandra Kayat Direito, em decisão do dia 14 de julho.
Já em relação aos riscos provocados pelo novo coronavírus, a relatora afirma que "a situação, hoje, enfrentada pelo Brasil é muito mais grave do que a enfrentada pela França que, segundo dados da OMS já alcançou o pico e agora já pensa em retornar, aos poucos, a uma 'nova normalidade'".
O músico, que fez parte do grupo Karametade por apenas dois meses, no ano de 2016, é um dos quatro suspeitos pelo assassinato do jogador de futebol Matías Sebastian Carena, que tinha 28 anos quando foi morto, em março de 2017. Ele teria levado soco e batido a parte de trás da cabeça durante uma briga.
Após o crime, Cantuária fugiu para a Espanha e depois para a França, onde foi preso em agosto de 2017. Entre os anos de 2018 e 2019, a defesa dele fez ao menos dois outros pedidos de liberdade provisória e relaxamento de prisão. Em dezembro do ano passado, a Justiça francesa determinou sua extradição para o Brasil, o que, segundo a relatora do processo, deve acontecer em breve.
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