Os agentes estão presos pelo crime de corrupção passiva no presídio especial da Polícia Civil
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um adolescente e um adulto desapareceram após serem submetidos a um tribunal do crime, em 19 de agosto, na Vila Itaim, zona leste da capital paulista. A situação ocorreu, segundo a Corregedoria da Polícia Civil, após dois investigadores tentarem extorquir dinheiro da dupla, desaparecida desde então.
Os dois policiais estão presos pelo crime de corrupção passiva no presídio especial da Polícia Civil, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), gestão João Doria (PSDB). A defesa de ambos não havia sido localizada até a publicação desta reportagem. Os agentes trabalhavam no 59º DP (Jardim Noemia), na zona leste da capital paulista.
Em setembro, os dois policiais já eram investigados pelo suposto envolvimento no desaparecimento do adolescente de 17 anos e do adulto, conhecido como Cavalo, de idade não informada.
A investigação da Corregedoria, concluída no fim da semana passada, afirma que a ação dos dois policiais civis em tentar extorquir dinheiro da dupla contribuiu para o desaparecimento das vítimas. Este crime, porém, não é atribuído aos policiais e é investigado pela 5ª Delegacia de Pessoas Desaparecidas do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).
Segundo a denúncia da Corregedoria da Polícia Civil, os dois policiais abordaram Cavalo em 11 de agosto e o levaram até o 59º DP. Na delegacia, o suspeito teria dado informações sobre drogas que seriam levadas pelo adolescente, sete dias depois, em uma mochila.
No dia, hora e local supostamente indicados por Cavalo, o adolescente foi abordado pelos policiais, que encontraram cocaína e maconha na bolsa que estaria com ele.
Ao invés de levarem o jovem para a delegacia, ainda de acordo com o documento da Corregedoria, os policiais encaminharam o jovem até sua casa, na qual havia alguns parentes, incluindo a mãe do adolescente.
Ela afirmou, em depoimento à polícia, que os policiais exigiram R$ 30 mil para soltar o filho. Depois, baixaram o valor para R$ 3.000. Enquanto isso, acrescentou a mulher, os policiais teriam obrigado o adolescente a gravar um vídeo, no qual teria falado os nomes dos chefes do tráfico de drogas na região.
Por fim, de acordo com as investigações, os policiais conversaram com os chefes do tráfico, que informaram aos policiais, por telefone, sobre o pagamento de outra propina, feita a agentes de segurança. Por causa disso, ainda segundo a Corregedoria, os policiais não exigiram mais dinheiro do adolescente.
DIA DO DESAPARECIMENTO
No dia 19, o adolescente foi procurado por Cavalo, por volta das 12h40. Ambos tinham ciência que iriam ser ouvidos por um "tribunal do crime", sobre a denúncia de que haviam dado nomes de traficantes da região à polícia. Esta foi a última vez que a mãe viu o garoto.
Testemunhas afirmam terem visto o jovem, ainda no dia 19, acompanhando por dois homens. Porém, não há mais relatos sobre o paradeiro dele e do amigo.
A polícia não descarta a possibilidade de que ambos tenham sido mortos e os corpos escondidos pelo crime organizado.
Os dois policiais civis foram responsabilizados somente por não prenderem Santana, após o terem flagrado transportando drogas em uma mochila.
VIA...NOTÍCIAS AO MINUTO
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