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terça-feira, 3 de novembro de 2020

Estado Islâmico assume atentado que matou ao menos 4 em Viena

Países que fazem fronteira com a Áustria, como República Tcheca, Alemanha e Itália, também reforçaram a vigilância nas fronteiras.


© Getty Images

BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) - O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado terrorista que matou ao menos quatro pessoas e feriu mais de 20 em Viena, na noite de segunda (2). Em sua plataforma Nashir News, o Estado Islâmico afirmou que "um soldado do califado" executou o ataque, segundo a mídia austríaca.


Os tiroteios, que o premiê da Áustria, Sebastian Kurz, chamou de "hediondo ataque terrorista", começaram perto da principal sinagoga da capital austríaca, na região da Seitenstettengasse, e duraram nove minutos, segundo a polícia. Na noite desta terça, sete vítimas ainda corriam risco de morrer.

O agressor, morto pela polícia, usou um fuzil de assalto automático e levava uma pistola, um facão e um cinto de explosivos falso. Identificado como Kujtim T., 20, havia sido condenado a 22 meses de prisão por tentar viajar à Síria para se juntar ao Estado Islâmico e saiu da cadeia em dezembro de 2019, em liberdade condicional. Era cidadão da Macedônia e da Áustria, onde cresceu.

A participação de outros atiradores ainda está sendo investigada, mas a polícia disse na noite desta terça que ele pode ter agido sozinho. Foram detidas 14 pessoas para interrogatório.

EUROPA EM ALERTA

Como medida de precaução, o Reino Unido elevou seu nível de ameaça de terrorismo de "substancial" para "grave", o quarto mais alto numa escala de cinco. Segundo a secretária do Interior britânica, Priti Patel, a medida é preventiva e "não se baseia em nenhuma ameaça específica".

A Inglaterra se prepara para um novo bloqueio contra o coronavírus a partir de quinta, e o governo teme que terroristas possam tentar repetir o roteiro do atentado na Áustria, que aconteceu na noite anterior ao bloqueio, numa região de muitos bares e restaurantes que estava bastante movimentada.

Países que fazem fronteira com a Áustria, como República Tcheca, Alemanha e Itália, também reforçaram a vigilância nas fronteiras, e o governo tcheco anunciou já na noite de segunda que aumentaria a segurança de instituições judaicas, como medida preventiva. O governo italiano convocou uma reunião nesta terça para discutir medidas de segurança contra possíveis atentados.

Na Bélgica, a cidade de Antuérpia, que tem parcela expressiva de moradores judeus, aumentou a segurança em regiões de sinagogas e nas proximidades da estação ferroviária, onde mora a comunidade judaica ultraortodoxa, que tem cerca de 18 mil pessoas.

De forma geral, ataques radicais islâmicos vinham se reduzindo na Europa, segundo a Europol, depois de dois anos de grandes atentados em 2015 e 2016. Em 2019, houve 21 tentativas (contra 24 em 2018 e 33 em 2017), das quais 14 foram evitadas por agências de segurança e 4 falharam, de acordo com a agência policial.

Desde setembro, porém, três atentados deixaram quatro mortos na França. Na noite de segunda, o presidente francês, Emmanuel Macron, publicou uma mensagem na qual diz que a França "compartilha o choque e a dor do povo austríaco".

Macron, que é alvo de protestos em países de maioria muçulmana por defender que o direito de expressão inclui a publicação de caricaturas de Maomé, embora elas ofendam os islâmicos, escreveu: "Esta é a nossa Europa. Nossos inimigos devem saber com quem estão lidando. Não vamos ceder nada a eles".

Desde a semana passada, a França elevou seu alerta para terrorismo – na quinta, um ataque a faca deixou três mortos em uma igreja católica de Nice, entre eles uma brasileira de 44 anos, mãe de três filhos.

O agressor, um tunisiano de 21 anos recém-chegado ao país, foi baleado e está no hospital, mas, segundo a polícia de Nice, não corre risco de morrer. Ainda não há informações sobre o motivo do crime nem como ele foi organizado.

Nesta terça, a polícia francesa deteve quatro novos suspeitos de terem participado do ataque em Nice. Desde o dia do atentado, já foram detidas dez pessoas; cinco continuam presas.

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