Indignados com os grafites - que incluíam frases como "Zucas [brazucas], voltem para as favelas. Não vos queremos aqui!" e "Portugal é branco, pretos, voltem para a África!" -, o grupo de alunos decidiu não esperar até a chegada de um pintor profissional
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Alunos da Escola Secundária Eça de Queirós, que amanheceu na sexta-feira (30) pichada com mensagens contra negros e brasileiros, mobilizaram-se para pintar o muro da instituição e apagar as palavras ofensivas.
Indignados com os grafites - que incluíam frases como "Zucas [brazucas], voltem para as favelas. Não vos queremos aqui!" e "Portugal é branco, pretos, voltem para a África!" -, o grupo de alunos decidiu não esperar até a chegada de um pintor profissional.
Com a orientação de um funcionário da escola, os estudantes apagaram todos os vestígios das pichações.
Acúrcio Domingos, que é professor da Escola Eça de Queirós, registrou o mutirão de limpeza. O docente deixou um relato emocionado na página oficial da instituição no Facebook.
"Uma brigada de alunos cuidava de reduzir ao esquecimento, em plena luz do dia, o que os ignorantes gostariam de prolongar em tempos de trevas. Registrei os gestos dos expeditos pintores, enquanto ouvia o comentário de um deles: 'sem apagar isto, eu recusava-me a entrar na escola'", diz Domingos.
"É por isso que a imagem é fortemente redentora: preserva o patrimônio universal dos que habitam a escola e aprenderam que a herança multicultural é a resposta a oferecer, mesmo àqueles que porfiam, cegamente, em não a querer aceitar", completou.
Além da Eça de Queirós, outras duas escolas, um centro de acolhimento de refugiados e duas universidades foram alvo do vandalismo xenófobo e racista.
No ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa), alunos fizeram uma pequena manifestação antirracista e a favor dos estudantes estrangeiros.
No lugar das ofensas, apareceram placas contra a discriminação racial e mensagens de acolhimento aos alunos internacionais.
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