A morte de Beto Freitas já tem sido considerada mais violenta que a de George Floyd, nos Estados Unidos
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A fiscal Adriana Alves Dutra, que aparece nas imagens obtidas pela reportagem vestindo uma blusa branca, disse que um cliente tentou apaziguar a agressão. O suposto cliente, porém, era o funcionário temporário Giovane Gaspar da Silva, policial temporário que estava em seu primeiro dia de "bico" no mercado.
A fiscal pode responder, entre outros crimes, por falso testemunho, se ficar comprovado ao final do inquérito que ela mentiu. A delegada Roberta Bertoldo, da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Porto Alegre, já havia dito que investigava a possibilidade de falso testemunho, além de omissão de socorro e racismo.
Adriana Alves Dutra disse também que Beto teria empurrado uma cliente dentro da loja, o que não ficou comprovado até o momento com as imagens das câmeras internas do mercado. Um motoboy que filmou as agressões disse que a fiscal do Carrefour feriu a própria mão, afirmando que Beto havia cortado seu dedo. "Ela pegou a unha dela e começou a forçar no dedo. Não tinha machucado, eu olhei bem. Me chamou atenção ela tentar machucar a própria mão", disse.
A reportagem tentou contato com a defesa da fiscal, mas não obteve resposta até a conclusão.
A reportagem obteve depoimento de outra funcionária que também apresenta indícios de contradições. No depoimento, a mulher afirma que Beto a teria "encarado". Depois, que ele a teria intimidado com "olhar agressivo" e, por fim, que teria dito algo que ela não entendeu porque ele usava máscara no momento.
A funcionária disse que, então, se afastou e ele teria feito um sinal que ela não soube interpretar. Em imagens obtidas pela reportagem, ele parece estar sinalizando com o polegar para baixo.
Perguntada pela polícia se o gesto foi ofensivo, ela disse que não. Entretanto, quando questionada sobre por que Beto foi acompanhado pelos seguranças até a saída, diz supor que foi porque ele a teria importunado.
Os seguranças optaram por não dar depoimento à polícia após serem presos em flagrante, recorrendo ao direito constitucional de permanecerem em silêncio. A Justiça decretou a prisão preventiva de ambos.
A morte de Beto Freitas já tem sido considerada mais violenta que a de George Floyd, nos Estados Unidos. Beto Freitas foi velado e sepultado no último sábado (21) no cemitério São João, em Porto Alegre, sob pedidos de justiça e fim do racismo.
VIA...NOTÍCIAS AO MINUTO
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