Com o retorno remoto, a Secretaria de Educação vai fazer duas semanas de acolhimento socioemocional, para dialogar com responsáveis pelas crianças e adolescentes e com os profissionais de educação.
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A volta às aulas nas escolas do município do Rio de Janeiro foi marcada para o dia 8 de fevereiro, mas inicialmente em modelo remoto. Os estudantes vão receber materiais didáticos impressos e atividades para desenvolverem em casa. Os estudantes e professores vão receber, por meio do Programa Conect@dos, um pacote de dados com 1 giga para acessar a internet e acompanhar as aulas.
Todo o sistema será operado na plataforma de ensino remoto Rio Educa, criada pela prefeitura. Os conteúdos poderão ser vistos também pela TV por meio do canal municipal MultiRio.
De acordo com o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, o público-alvo é de 680 mil usuários, que inclui ainda responsáveis por crianças das creches.
“Estamos aqui com 680 mil usuários que é baseado nos números de 2020. Estamos concluindo a análise de matrículas para saber se isso sobe ou desce. Desses 680 mil, 641 mil são alunos e 39 mil professores. O aluno de creche, a família vai precisar usar porque a educação remota vai ser focada no responsável”, disse.
O secretário estimou que após duas semanas do retorno às aulas todas as atividades do Programa Conect@ados estarão em funcionamento. Ele acrescentou que as secretarias de Educação e de Ciência e Tecnologia estão fazendo uma análise das áreas do município em que há dificuldades de acesso à internet para que os estudantes desses locais não sejam prejudicados.
“Vivemos em uma cidade que tem áreas de sombra, que não pegam a internet. Estamos mapeando as ilhas de conexão pela cidade, junto com a Secretaria de Ciência e Tecnologia e outros parceiros para que possam receber diferentes alunos com todo protocolo sendo seguido”, disse.
Com o retorno remoto, a Secretaria de Educação vai fazer duas semanas de acolhimento socioemocional, para dialogar com responsáveis pelas crianças e adolescentes e com os profissionais de educação. “Queremos saber como foi 2020. Precisamos começar com um processo de acolhimento sócio emocional. Tivemos alunos que sofreram infelizmente momentos muito perversos em 2020. Tivemos momentos em que a segurança alimentar foi completamente afetada. Estamos falando de uma rede que em dia normal prepara e oferta um milhão de refeições por dia. Não tem cesta básica ou cartão-alimentação que consiga substituir um prato de alimentação na escola”, disse.
Ainda nesse período de duas semanas, a secretaria vai fazer uma verificação de aprendizagem dos alunos para identificar quais as áreas que cada um precisa de reforço. “Não tem nenhum intuito aqui da nossa parte em ranquear, de fazer comparação. Nós queremos entender o nível individual de cada aluno, onde ele se encontra no processo de conhecimento. Se esse aluno precisa aprender mais matemática, mais português, mais história, mais geografia”, explicou.
O planejamento da Prefeitura do Rio prevê o retorno das aulas presenciais para o dia 24 de fevereiro. O horário, segundo o secretário de Educação, vai ser ainda em período reduzido entre 10h e 15h. O uso da máscara será obrigatório, exceto para crianças até 3 anos de idade; distanciamento de 1,5 m; haverá horário escalonado de entrada, saída e de recreio; higienização frequente das mãos; refeições nas salas de aula e bebedouros adaptados para encher copos ou garrafas, sempre higienizando as mãos antes. Os estudantes e profissionais de educação incluídos em grupos de risco não vão participar das atividades presenciais.
Na fase 1, que começa no dia 24, voltam a pré-escola e os 1º e 2º anos. Na fase 2, que será duas ou três semanas depois, retornam as creches, os estudantes do 3º ao 6º ano e do 9º ano. Na fase seguinte, também duas ou três semanas após a fase 2, voltam os estudantes do 6º ao 8º ano, os do Programa de Educação de Jovens e Adultos (Peja) e as classes especiais.
A fase de cada região administrativa do município vai definir a capacidade de retorno presencial das unidades. Se estiver em risco moderado, as unidades poderão receber até 75% da capacidade. Se for alto, cai para 50%, e muito alto, para 30% da capacidade. Se a demanda for maior que a capacidade, terá que ocorrer rodízio dos estudantes. Se for necessário, os alunos de maior vulnerabilidade serão priorizados.
A Secretaria de Educação vem acertando com a Secretaria de Transportes um meio de evitar os horários de pico em cada uma das regiões da cidade, guiando os horários de entrada e saída para minimizar a exposição da comunidade escolar e fugir das aglomerações.
O monitoramento de casos da covid-19 nas escolas será feito em conjunto com a Secretaria de Saúde para dar resposta rápida caso sejam identificados em alguma unidade escolar. A prefeitura montou ainda um plano de contingência baseado nas indicações sanitárias.
O secretário de Saúde, Daniel Soranz, disse que a decisão de retorno às aulas foi resultado da conclusão de que não há motivo para manter as unidades fechadas. Os estudos, segundo ele, comprovam que o risco de continuar sem funcionamento é maior do que o relacionado ao afastamento dos alunos do ambiente escolar.
“Escolas são equipamentos de proteção social fundamentais na nossa sociedade e em todo mundo”, argumentou, destacando que foi consultado um comitê especial composto por especialistas em vigilância sanitária.
O professor da Uerj e integrante da OMS, Carlos Alberto Oliveira, que integra o comitê, disse que o Brasil tem condenado a geração dos mais jovens a ser uma geração da covid-19, com o afastamento das escolas, da alimentação que ocorre nas unidades e ainda, atinge as mães que não podem trabalhar porque não têm com quem deixar os filhos com as creches fechadas.
“Todos os parâmetros estão sendo seguidos conforme a OMS”, observou. “Esse vai ser o maior desafio para as nossas redes. Pode ser que uma escola aberta hoje tenha que fechar, mas a educação nunca para”, disse.
O secretário de Educação, Renan Ferreirinha, anunciou ainda que os profissionais da Educação, incluindo professores, merendeiras e auxiliares administrativos, serão os primeiros a serem vacinados logo após a imunização de idosos e pessoas com comorbidades. “É uma ação muito importante que o Rio de Janeiro vem considerando no Programa Nacional de Imunização”, afirmou.
De acordo com o secretário Daniel Soranz, ainda não há uma data para o início da vacinação na área de educação, que está condicionado ao recebimento de mais imunizantes. “No mês de fevereiro a gente tem expectativa de receber mais doses da Fiocruz [AstraZeneca] e também do Butantan”, disse.
Os profissionais de educação que tiverem mais de 60 anos de idade e alguma comorbidade serão vacinados previamente junto com o primeiro grupo de prioridades, que já está recebendo a imunização.
O secretário Renan Ferreirinha informou que um mapeamento realizado pela pasta indicou que 44 unidades escolares, entre escolas, creches e espaços de desenvolvimento infantil estão sem condição de voltar a funcionar e precisam de obras. A avaliação é de que são necessários R$ 30 milhões para as reformas. Outras 432 unidades escolares precisam de reparos, mas segundo Ferreirinha são obras menores, algumas de infiltrações. “Está sendo discutido com o secretário Pedro Paulo, da Fazenda, e com o prefeito [Eduardo Paes]. É um desafio muito grande. Não somos responsáveis pelas causas do problema que herdamos, mas somos responsáveis pela solução”, disse.
Com informação: Agência Brasil
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