O estudo feito pelo BNDES analisou também o setor termelétrico, que é regulado, mas onde se viu grande potencial com aprimoramentos regulatórios, que já estão em discussão
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O relatório Gás para o Desenvolvimento: perspectivas da oferta e demanda no mercado de gás natural no Brasil, divulgado hoje (25) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), revela que a partir da exploração e produção de novos campos na área do pré-sal, a oferta tem grande potencial de crescimento, saindo de 50 milhões de metros cúbicos por dia atualmente para 100 milhões de metros cúbicos/dia, a partir de 2030.
A gerente da Área de Governo e Relacionamento Institucional do BNDES, Camila Lima, disse ser necessário que se tenha acesso a outras infraestruturas, além da infraestrutura offshore (no mar), para que o gás possa chegar ao consumidor final. O preço vai afetar as decisões, sublinhou.
Na parte da demanda, o BNDES percebeu que o segmento industrial pode ser a principal âncora de demanda firme pelo seu próprio comportamento, demandando gás para uso energético ou como matéria-prima. Pesquisa feita pelo banco com um grupo de investidores industriais revelou que eles estariam interessados em consumir mais de 70 milhões de metros cúbicos de gás diários, a partir de 2030. “Dá uma visão de sustentação de novos investimentos”, comentou. As novas plantas representam potencial de R$ 35 bilhões em investimentos.
Camila afirmou que uma questão crítica é o preço desse gás. Considerando os novos investimentos, o BNDES identificou demanda de 21,8 milhões de metros cúbicos de gás/dia de projetos que teriam viabilidade numa faixa de US$ 4 a US$ 6 e até acima desses valores.
O estudo feito pelo BNDES analisou também o setor termelétrico, que é regulado, mas onde se viu grande potencial com aprimoramentos regulatórios, que já estão em discussão. O potencial para 2029 das termelétricas foi estabelecido entre 12,8 milhões e 17,6 milhões de metros cúbicos por dia.
Segundo Camila Lima, são medidas importantes que podem contribuir para a integração do setor elétrico com o mercado de gás natural, incluindo a flexibilização de regras na comprovação de combustível nos leilões de energia, com aumento do horizonte de contratação de usinas termelétricas para A-7.
A demanda veicular foi também objeto de estudo do relatório. No segmento de transportes de passageiros, apresenta a vantagem de poder utilizar um mecanismo de indução a partir de licitações, estimulando a adoção de mais veículos a gás, em especial ônibus nas regiões metropolitanas. No transporte de carga, a tendência é que a adoção seja mais gradual, face à pulverização do setor. Camila destacou, entretanto, que existe grande potencial nesse segmento de transportes, com benefício à saúde pública e ao meio ambiente.
A gerente do BNDES afirmou que a consolidação de um marco regulatório para o setor e o aprimoramento do ambiente de negócios são fatores importantes para aumentar a segurança jurídica e a clareza dos modelos que vão ser aplicados, além da atração de investimentos.
O BNDES lançou também hoje o Programa Gás para o Desenvolvimento, que vai atender toda a cadeia produtiva do gás natural. O programa é um aprimoramento da linha de crédito anterior BNDES Gás e destaca o apoio a pequenas e médias empresas do setor. Nesse novo programa de financiamento, o BNDES atuará em conjunto com outras fontes financeiras do mercado, atendendo oferta e demanda de gás natural.
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