Exposição ao sol, estresse e queda da imunidade são os principais gatilhos da doença
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A pandemia provocou mudanças na rotina de toda a população. Resultado: aumentou em 90% os casos de depressão, dobrou o estresse agudo e a ansiedade segundo artigo publicado no portal da Fiocruz.
Paralelamente, a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que duas em cada 3 pessoas no mundo são portadoras do vírus herpes simples tipo 1, HSV-1 que geralmente afeta um dos olhos, podendo também causar inchaço e bolhas doloridas ao redor dos lábios. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier e membro do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) o HSV-1 geralmente é contraído na infância pelo contato com a secreção de uma pessoa contaminada.
Sintomas e fatores de risco
O vírus, comenta, tem mais de 80 cepas diferentes, mas todas se alojam em uma terminação nervosa onde ficam encubadas até serem reativadas. A reativação geralmente acontece durante a exposição prolongada ao sol, situações de queda da imunidade, após traumas cirúrgicos, estresse físico ou mental. Por isso, Queiroz Neto alerta que a pandemia pode reativar a manifestação do herpes nos olhos de pessoas que têm o vírus latente.
Os sintomas são conjuntivite e inflamação recorrente na córnea, lente externa do olho que vai se tornando cada vez mais frágil, vermelhidão, coceira, sensibilidade à luz, dor, sensação de corpo estranho e formação de pequenas vesículas ao redor dos olhos. O problema, comenta, é que inicialmente algumas pessoas têm surtos sem sintomas e quanto antes é iniciado o tratamento maiores são as chances de preservar a visão.
Tratamento
O oftalmologista afirma que o tratamento é feito com medicamentos antivirais que podem ser combinados com corticoide, mas quem tem a doença não deve aplicar qualquer colírio no olho sem acompanhamento médico. Este foi o caso de uma paciente que há algum tempo teve uma crise herpética, instilou colírio por conta própria e chegou ao consultório com o olho perfurado. Para salvar a visão da paciente Queiroz Neto remendou a córnea perfurada com cola de cianoacrilato. “Escolhi esta técnica porque permite selar o olho sem perder o sinal de perfuração da córnea que prioriza o transplante. Ao mesmo tempo serve de apoio para o crescimento de tecido cicatricial sobre a área perfurada, retarda a necrose e tem ação bactericida”, explica. Outra alternativa cirúrgica seria o transplante tectônico ou recobrimento conjuntival, espécie de curativo biológico feito com uma córnea que posteriormente é descartada por não ser apropriada para restituir a visão. O problema, comenta, é que o transplante tectônico é mais invasivo, aumenta o risco de surgir catarata,reação inflamatória e a recuperação demora de seis a oito meses, período em o olho todo branco desfigura o paciente. A selagem com cola permitiu o transplante da córnea cinco dias depois e a paciente pode retornar às atividades profissionais, salienta.
Prevenção
A dica de Queiroz Neto para prevenir a reincidência das crises herpéticas é incluir na alimentação carne, peixe, leite, ovos e queijos. Isso porque, contêm lisina que tornam o portador mais resistente ao vírus. Por outro lado, comenta, quem é portador do vírus deve evitar comer amendoim, chocolate,, passas, gelatina, cereais e passas estimulam a replicação do herpes por conterem outro aminoácido, a arginina, conclui.
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