Ao anunciar os novos nomes, o novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, afirmou que o maior patrimônio do país são "a garantia da democracia e a liberdade do seu povo"
© Reprodução- Facebook-Jair Bolsonaro |
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Os novos comandantes das Forças Armadas, anunciados nesta quarta-feira (31), têm, além do perfil que obedece aos critérios de antiguidade, caros aos militares, o fato de já terem exercido postos-chave em gestões passadas.
Para o Exército, foi escolhido o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Para a Marinha, o almirante Almir Garnier, próximo da gestão anterior na Defesa mas visto como bolsonarista moderado. Na Força Aérea, o brigadeiro Carlos Almeida Baptista Jr., próximo do bolsonarismo.
Ao anunciar os novos nomes, o novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, afirmou que o maior patrimônio do país são "a garantia da democracia e a liberdade do seu povo".
Ele disse que fazia um reforço dessa constatação "nesse dia histórico", sem dizer a que se referia. O general, em seu primeiro ato à frente do cargo, elaborou uma ordem do dia, para ser lida nos quartéis, em que diz que o golpe militar de 1964 faz parte da "trajetória histórica" do Brasil e que os acontecimentos de 31 de março daquele ano devem ser "compreendidos e celebrados".
Os três novos comandantes estiveram presentes no anúncio, que durou menos de três minutos. Nem o ministro nem os novos comandantes se dispuseram a responder a perguntas da imprensa.
O combate à Covid-19 é o principal desafio que o país enfrenta, segundo ele, e as Forças têm ajudado no combate à pandemia, afirmou.
"Os militares não faltaram no passado e não faltarão sempre que o país precisar. As Forças são fiéis às suas missões constitucionais, de defender a pátria, garantir os poderes constitucionais e as liberdades democráticas", disse o ministro.
Veja o perfil de cada um deles.
EXÉRCITO
O novo comandante do Exército, general Paulo Sérgio de Oliveira, é descrito por colegas de farda como um militar com personalidade mais próxima de Eduardo Villas Bôas do que de Edson Leal Pujol, seus dois antecessores no cargo.
Villas Bôas é bolsonarista, teve posturas políticas a favor do presidente durante seu comando e ganhou um cargo no Palácio do Planalto já a partir de janeiro de 2019. Pujol foi demitido por Jair Bolsonaro, numa crise militar sem precedentes.
Oliveira chegou ao cargo de comandante sendo o terceiro mais longevo na carreira, dentre os generais quatro estrelas que seguem na ativa. Entre os militares, esse critério de antiguidade é aceitável e não representa uma quebra de hierarquia.
O general exercia até então o cargo de chefe do Departamento de Pessoal do Exército, função em que esteve por dois anos.
O novo comandante é de tratamento fácil, expansivo e mantinha boas relações tanto com Villas Bôas e seu grupo quanto com Pujol, segundo seus colegas de farda.
Assim que foi promovido a general quatro estrelas, a mais alta patente, foi enviado a Belém, para ser comandante militar do Norte. Ele já foi adido no México e também atuou na Diretoria de Promoções do Exército.
Oliveira é cearense e tem 59 anos de idade. É da turma de 1980 da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras).
MARINHA
O almirante de esquadra Almir Garnier Santos, 60, novo comandante da Marinha, nasceu em Cascadura, no Rio de Janeiro. É o segundo mais antigo da Força.
Ingressou na Escola Naval em 1978 e se formou três anos depois. Por dez anos, serviu a bordo de navios da esquadra brasileira. Chegou ao topo da hierarquia na Marinha em novembro de 2018.
Garnier foi secretário-geral na pasta da Defesa durante a gestão de Fernando Azevedo e Silva, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (29).
O novo comandante também assessorou os ex-ministros Celso Amorim, Jaques Wagner e Aldo Rebelo, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), e Raul Jungmann, na administração do ex-presidente Michel Temer (MDB).
Ele tem mestrado em Naval Postgraduate School, nos Estados Unidos, e já foi diretor da Escola de Guerra Naval da Aeronáutica.
A mulher de Garnier, Selma Foligne Crespio de Pinho, aposentada da Marinha, ocupa cargo comissionado desde 2019 na Secretaria Geral da Presidência. É diretora de Estratégia Padronização e Monitoramento de Projetos.
Um filho de Garnier, o advogado Almir Garnier Santos Junior, segundo noticiou o UOL no ano passado, foi contratado em julho de 2019 para cargo de livre provimento na Emgepron (Empresa Gerencial de Projetos Navais), estatal vinculada à Marinha.
AERONÁUTICA
Indicado de Jair Bolsonaro para comandar a Força Aérea Brasileira (FAB), Carlos Almeida Baptista Junior ingressou no órgão em 1975 e tornou-se tenente-brigadeiro, posto mais alto corporação, em março de 2018.
Ele assume o cargo que já foi do seu pai, Carlos de Almeida Baptista, que foi comandante da Aeronáutica de 1999 a 2003, no governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB.
Baptista Junior já exerceu diversas funções na FAB e era, até esta semana, comandante do Comando-Geral de Apoio, divisão responsável pela logística da corporação.
Também já ocupou a vice-chefia do Estado-Maior da Aeronáutica e chefe de operações do Estado-Maior das Forças Armadas.
Piloto de caça, tem 4 mil horas de voo, sendo 2,2 mil em aeronaves de caça.
Pai e filho ficaram na primeira colocação no Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais –um no ano de 1965, o outro em 1991.
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