Na carta, Monique diz que o primeiro advogado só aceitaria o caso se eles se unissem e combinassem uma versão inventada. A defesa do casal custaria R$ 2 milhões
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Monique Medeiros, 32, a mãe de Henry Borel, menino de 4 anos morto dentro de casa no início de março no Rio de Janeiro, escreveu na prisão uma nova carta com acusações ao primeiro advogado dela e do namorado Jairo Souza Santos, conhecido como Dr. Jairinho.
A segunda mensagem, divulgada na noite deste domingo (2) pelo Fantástico (TV Globo), traz uma versão diferente do depoimento que Monique prestou à polícia. Ela relata o teria acontecido nos dias que se seguiram à morte de Henry e acusa o seu primeiro advogado de ter montado uma farsa para proteger Jairinho.
Na carta, Monique diz que o primeiro advogado só aceitaria o caso se eles se unissem e combinassem uma versão inventada. A defesa do casal custaria R$ 2 milhões.
Monique afirma desconhecer que estava levando o filho morto para o hospital e acreditava que ele tinha sido vítima de um acidente.
Ela só receberia a notícia no hospital, de uma enfermeira. "Depois da notícia, a funcionária disse que precisaria da presença da pediatra dele para dar o atestado de óbito e Jairinho por ser médico se prontificou a fazer a fim de ajudar", destaca outro trecho.
Monique também escreveu que tinha passos controlados e era sempre monitorada por orientações do advogado. No mesmo relato enumera os vários episódios em que foi agredida por Jairinho.
Segundo Monique, Leniel Borel, o pai de Henry Borel, ficou encarregado de ir à delegacia, enquanto ela e Jairinho cuidariam do velório. E que Leniel foi para o IML, onde foi realizado o exame de necrópsia.
"Leniel me ligou dizendo que havia alguma coisa errada com o exame do Henry. Que estava constando: laceração hepática, por uma ação contundente e hemorragia interna", diz outro trecho da carta.
"Jairinho chegou cedo na minha casa, ficou me fazendo companhia e pediu para perguntar ao Leniel se já tinha havido alguma resposta. Foi quando Leniel respondeu que tudo estava atrasado pois o IML estava sem abastecimento de água. Jairinho ficou indignado e disse que se fosse preciso, compraria um caminhão pipa pra ajudar (...)", ressalta outro trecho.
A carta também acusa o então advogado de Jairinho, André Barreto, de organizar uma versão inventada para a morte de Henry.
"O Dr. André se apresentou, disse que era casado, que tinha 4 filhos, que estudou para ser padre, que era religioso e que não pegava casos de homicídios se não acreditasse na inocência dos seus clientes e nos separou. Fez uma entrevista particular comigo (...). E depois, fez a mesma coisa com Jairinho separado", diz um trecho.
A defesa de Jairinho não quis se pronunciar.
"A carta é uma forma de mostrar a importância de um depoimento dela. A carta desdiz muita coisa que foi dita num momento completamente distinto do atual", destaca a defesa.
Nos últimos dias, Monique também escreveu cartas ao filho Henry, ao delegado Henrique Damasceno, responsável pelo inquérito, à família dela e para Leniel, pai do menino.
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