Em 15 furtos, foram levados 3.290 grampos dos trilhos, o que compromete toda a segurança ferroviária, enquanto no ano passado, em seis ocorrências, foram levados 1.602 grampos, de acordo com a SuperVia
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MARCELO TOLEDO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O total de furtos de grampos de fixação dos trilhos no sistema ferroviário do Rio de Janeiro mais do que dobrou nos cinco primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.
Em 15 furtos, foram levados 3.290 grampos dos trilhos, o que compromete toda a segurança ferroviária, enquanto no ano passado, em seis ocorrências, foram levados 1.602 grampos, de acordo com a SuperVia, concessionária que administra 270 quilômetros de trilhos no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana.
E o que são esses grampos? Eles fazem a fixação dos trilhos nos dormentes. Sem eles, a linha férrea fica vulnerável, o que causa risco à circulação dos trens e pode provocar descarrilamentos.
A concessionária atribui o problema à crise econômica do país e, também, ao aprofundamento da crise pela qual o Rio passa. Com perda recorde de passageiros devido à Covid-19, a concessionária, que tinha a expectativa de que o fluxo de passageiros pré-pandemia fosse recuperado no segundo semestre deste ano, agora só fala em retomada para 2023.
Nesta sexta-feira (25), agentes da concessionária contribuíram para a detenção de um homem suspeito de furtar grampos de trilhos perto da estação Campos Elíseos, o que fez com que a circulação de trens fosse suspensa por uma hora e meia nos trechos Gramacho-Saracuruna e nas extensões Vila Inhomirim e Guapimirim.
Depois de localizarem o suspeito, a concessionária acionou homens do grupamento de policiamento ferroviário, que o levaram para a delegacia. Com ele, foram encontradas peças da via férrea.
Até a colocação de novos grampos, os trens que circulam nos trechos estão com velocidade reduzida. Se o furto fosse de peças em sequência, a circulação teria de ser interrompida.
No último dia 7, a concessionária ajuizou pedido de recuperação judicial no TJ (Tribunal de Justiça) do Rio, com dívidas que atingem R$ 1,2 bilhão.
A empresa alega que foi seriamente impactada pela pandemia da Covid-19, que restringiu a circulação de pessoas e provocou redução brusca em seu faturamento.
Os trens deixaram de transportar 102 milhões de passageiros desde o início das medidas restritivas tomadas para tentar evitar a disseminação da Covid-19, ainda em março do ano passado.
Os principais credores da concessionária são Light e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que representam 85% do total da dívida.SuperVia
Ano de fundação da empresa: 1998
Receita operacional (2020): R$ 439,2 milhões
Prejuízo (2020): R$ 110,7 milhões
Dívidas: R$ 1,2 bilhão (85% do total com Light e BNDES)
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