Além das perdas humanas e materiais, outra consequência da passagem do furacão foi a paralisação da produção de petróleo e gás no Golfo do México
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GUARULHOS, SP (FOLHAPRESS) - O furacão Ida, que avança sobre os Estados Unidos, enfraqueceu para uma tempestade tropical nesta segunda-feira (30) após causar estragos no estado de Louisiana durante o fim de semana.
Enquanto as consequências ainda são contabilizadas, cientistas alertam para os impactos das mudanças climáticas, que potencializam esse tipo de evento extremo.
Ao menos uma pessoa morreu e cerca de 1 milhão de casas e empresas estavam sem energia elétrica até a noite de domingo (29), segundo as informações mais recentes das autoridades locais.
Embora enfraquecida à medida que se aproxima do sudoeste do Mississipi, a tempestade deve continuar desencadeando fortes chuvas, que provavelmente resultarão em inundações, disse o Centro Nacional de Furacões dos EUA.
Espera-se que, até terça (31), a tempestade se torne uma depressão tropical e alcance o estado do Tennessee, no sul do país, onde chuvas recordes causaram a morte de mais de 20 pessoas há pouco menos de uma semana.
Em Louisiana, um homem morreu após a queda de uma árvore. O governador John Bel Edwards disse que o furacão Ida poderia ser o mais poderoso a atingir a região em mais de 160 anos. "Confirmamos pelo menos uma morte e, infelizmente, sabemos que haverá outras. Milhares de pessoas estão sem energia, e há danos incalculáveis nas paróquias impactadas", disse o democrata em comunicado.
Casas foram destelhadas na cidade costeira de Grand Isle, e o Departamento de Transportes informou que as estradas ao sul estavam intransitáveis devido a árvores caídas, linhas de energia derrubadas e outros destroços deixados pelas fortes chuvas.
O prefeito da cidade de Jean Lafitte, Tim Kerner, descreveu a situação como uma "devastação total e catastrófica". Cerca de 200 pessoas estavam isoladas na reserva natural de Barataria, mas não era possível resgatá-las de barco devido ao vento intenso.
Na cidade de Nova Orleans, uma das mais afetadas, o serviço de emergência chegou a ficar fora do ar na madrugada de segunda. Nas redes sociais, autoridades recomendavam que as pessoas buscassem ajuda na unidade mais próxima do corpo de bombeiros.
A velocidade da destruição causada pelo furacão Ida acendeu um alerta no país. Especialistas ouvidos pelo jornal americano New York Times explicam que o aumento da temperatura global induz a tempestades e furacões maiores, mais ferozes e mais rápidos.
Um dos fatores-chave que determinam o quão forte serão esses eventos é a temperatura da superfície dos oceanos -que tem aumentado. Águas mais quentes fornecem mais energia para alimentar as tempestades.
"É muito provável que as mudanças climáticas causadas pelo homem contribuam para esse oceano anormalmente quente", disse James P. Kossin, cientista climático da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, ligada ao Departamento de Comércio americano. "A mudança climática está tornando mais provável que os furacões se comportem de certas maneiras."
Além das perdas humanas e materiais, outra consequência da passagem do furacão foi a paralisação da produção de petróleo e gás no Golfo do México. Segundo informações do gabinete de Segurança e Fiscalização Ambiental americano (BSEE, na sigla em inglês), aproximadamente 93,7% da produção de gás foi fechada, assim como 95,7% da produção de petróleo.
Para evitar que os trabalhadores pudessem ser feridos pela passagem do furacão, 288 plataformas de produção tripuladas -cerca de 51% do total- foram evacuadas. Empresas como BP, Chevron, Phillips e Shell estavam entre as que fecharam as instalações.
Com a medida, analistas projetam que os preços do petróleo devem subir justamente em um momento de alta demanda nos Estados Unidos durante o Dia do Trabalho- comemorado pelos americanos na primeira segunda-feira de setembro.
Em pronunciamento neste domingo, o presidente Joe Biden alertou que a devastação do Ida deve ser "imensa", mesmo para regiões longe da costa, e que o furacão impõe uma "ameaça à vida". A Casa Branca anunciou que disponibilizará ajuda federal para complementar os esforços de recuperação nas áreas afetadas.
As cenas observadas em território americano geram comparações com a passagem devastadora do furacão Katrina há exatos 16 anos, que inundou bairros de maioria negra, deixou mais 1.800 mortos e um um prejuízo recorde de US$ 108 bilhões.
O país chegou a investir cerca de US$ 14 bilhões (R$ 72,7 bilhões) para a reconstrução e a adaptação da infraestrutura urbana, com o objetivo de que outros eventos extremos tivessem seu impacto minimizado. Com as consequências das mudanças climáticas, porém, cientistas alertam que isso pode não ser suficiente.
Via...Notícias ao Minuto
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