O grupo era suspeito de planejar roubos a bancos na cidade de Varginha, que fica no sul do estado
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RIO DE JANEIRO, RJ, E SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - Uma operação conjunta entre a Polícia Militar de Minas Gerais e a Polícia Rodoviária Federal na madrugada deste domingo (31) terminou com a morte de 25 pessoas. O grupo era suspeito de planejar roubos a bancos na cidade de Varginha, que fica no sul do estado.
Segundo a PRF, todos eram integrantes de uma quadrilha que utilizava a tática de assalto conhecida como "novo cangaço". Nela, grupos de criminosos fortemente armados chegam durante a madrugada a cidades de pequeno e médio portes em comboios de veículos para praticar as ações, entre as quais o ataque a bases de forças policiais ao mesmo tempo em que bancos são saqueados. Em alguns casos, pessoas são usadas como escudos pelos criminosos, como no ocorrido recentemente em Araçatuba, São Paulo.
Desde 2018, já houve mais de 30 cidades atacadas com esse tipo de tática.
Os criminosos alugaram sítios que ficavam nos dois extremos da cidade de Varginha e, de acordo com a polícia, estavam na fase de planejamento de uma possível ação.
O tráfego de comboios de caminhonetes por estradas da região chamou a atenção de moradores, que denunciaram à polícia a movimentação suspeita.
Comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar de Minas Gerais, o tenente-coronel Rodolfo Morotti Fernandes disse que, assim que foram identificados os sítios onde estavam os suspeitos, a polícia traçou uma estratégia de abordagem. Ao chegar aos dois locais, contudo, os policiais teriam sido recebidos com tiros.
De acordo com as autoridades, o grupo deixou pessoas armadas na entrada dos sítios, que funcionavam como uma espécie de sentinela. Quando avistaram os agentes, eles abriram fogo, e os policias, responderam.
"Os militares precisaram revidar à agressão para proteger suas vidas", afirmou Fernandes. Ele disse que os 25 suspeitos atingidos por tiros foram socorridos, mas não resistiram aos ferimentos.
Foram apreendidos com os suspeitos dez veículos, dez fuzis, três armas longas de grosso calibre, além de explosivos.
Fernandes classificou a ação como um sucesso: "Acredito que sucesso da operação se dá ao passo que uma grande ação criminosa que poderia ter danos incalculáveis à cidade e às pessoas foi respondida com ação integrada, precisa, onde nenhum policial e nenhum civil inocente foi ferido".
O inspetor da PRF, Aristides Júnior, disse que o objetivo da operação era prender os suspeitos, mas houve reação. "Infelizmente, 25 criminosos que partiram para o confronto acabaram perdendo a vida. Mas eu ainda prefiro que eles perdessem as suas vidas do que algum dos nossos policiais. [...] É uma ação de guerra, eles utilizam armamentos de guerra".
Os corpos dos suspeitos ainda estão em processo de identificação, mas a polícia antecipou que ao menos cinco deles são da cidade de Uberaba, também em Minas.
O comandante do Bope ainda afirmou que, pela forma de planejamento e pelos armamentos e explosivos apreendidos, há suspeitas de que a quadrilha seja a mesma que atuou em assaltos a banco com táticas de "novo cangaço" nas cidades de Criciúma (SC), Araçatuba (SP) e Uberaba.
A ação mais recente aconteceu em agosto em Araçatuba, a 521 km de São Paulo. Criminosos fortemente armados explodiram e roubaram duas agências bancárias, fizeram moradores reféns, dispararam bombas e atearam fogo em veículos durante a fuga.
Ao menos três pessoas acabaram mortas na ação, e outras quatro ficaram feridas. Segundo a Polícia Militar, um morador de rua foi atingido pela explosão de uma das bombas deixadas nas ruas e teve os pés e uma das mãos decepados.
A Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal divulgaram fotos de um arsenal apreendidos em dois locais de confronto com os suspeitos. As imagens mostram fuzis, metralhadoras, escopetas, munição de diversos calibres, explosivos coletes a prova de bala e veículos roubados, segundo a PRF.
Há também equipamentos utilizados para atrapalhar a atuação da polícia durante a ação, como os "miguelitos", pregos retorcidos usados para furar os pneus de viaturas.
"A gente quer evitar a todo momento o confronto. Não vamos comemorar nenhuma morte. Não é a intenção da Polícia Militar de Minas Gerais nem da Polícia Rodoviária Federal. Mas foi uma atuação precisa da nossa inteligência", afirmou a capitão Layla Brunella, porta-voz da PM-MG, em vídeo publicado nas redes sociais da corporação.
"Muito provavelmente é a maior operação contra o 'novo cangaço' feita no país. Os infratores provavelmente fariam um roubo na data de amanhã, ou hoje, e foram surpreendidos pelo nosso serviço de inteligência integrado à Polícia Rodoviária Federal", disse ela.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), comentou em suas redes sociais a operação das polícias em Varginha.
"Em Minas a criminalidade não tem vez. As Forças de Segurança do Estado trabalham com inteligência e integração para impedir ações criminosas. [...] Parabéns a todos heróis envolvidos! Estamos trabalhando para que Minas siga sendo o Estado mais seguro do país".
Via...Notícias ao Minuto
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